Lista
10 Grandes Discos Subestimados
10°
"Metrô Linha 743"
Raul Seixas
9°
"One Hot Minute"
Red Hot Chilli Peppers
10 Grandes Discos Subestimados
Quando um artista é bom mesmo, ele sempre vai gerar uma enorme expectativa, não tem jeito. Principalmente, no campo da música, onde a concorrência é sempre grande, e quando se lança um ótimo disco, todos querem que o raio caia várias vezes no mesmo lugar. Só que, muitas vezes, até pela própria qualidade dos envolvidos, eles resolvem não repetir as fórmulas que eles mesmos usaram tantas vezes, e resolvem fazer algo novo, ou pelo menos diferente. As críticas, então, são inevitáveis, e o artista periga ir direto para o ostracismo. Porém, o o que fica, geralmente, são discos injustiçados, de muita qualidade, mas, que não foram simplesmente bem compreendidos.
10°
"Metrô Linha 743"
Raul Seixas
Depois de verdadeiros clássicos nos anos 70, com Raulzito sendo chamado, merecidamente, de o maior roqueiro do Brasil, os anos 80 não foram nem um pouco agradáveis para o Maluco Beleza. Os discos que ele fazia já não agradavam tanto como no começo, e, cada vez mais, o problema do álcool atrapalhava sua carreira, com gravadoras e "amigos" lhes dando as costas com mais frequência. É nesse contexto pesado com surge "Metrô Linha 743", que, como se não bastasse, ainda teve uma música censurada: "Mamãe, Eu Não Queria", que questionava a obrigatoriedade do serviço militar. Após o fracasso de vendas, Raul ficou sem gravadora e parou de fazer shows. Só voltaria anos depois, mas, já bastante debilitado. O disco "Metrô Linha 743", porém, ficou como o último grande registro deste baiano inquieto, que, mesmo na dificuldade, fez um trabalho pra lá de inspirado.
9°
"One Hot Minute"
Red Hot Chilli Peppers
A ressaca do mega estouro de "Blood Sugar Sex Magik" ainda era bastante presente quando o guitarrista John Frusciante deixou o Red Hot. Em seu lugar, entrou o não menos genial Dave Navarro, da banda Janes Adiction, cujo estilo mais pesado caiu como uma luva para o sexto disco dos californianos. "One Hot Minute", por vezes, é cru, visceral e violento (uma faceta pouco conhecida da banda mais conhecida por suas baladas e canções agitadas). Não era pra menos: as letras retratavam, em muitas ocasiões, o triste retorno do vocalista Anthony Kieds ao vício da heroína e da cocaína, após ficar sóbrio por 5 anos. O resultado é um álbum denso, até nas partes, aparentemente, descontraídas. O disco foi um fracasso, mas, o tempo foi justo em conferir a ele a alcunha de um grande trabalho de uma banda que (ainda) estava no auge.
8°
"Hail to the Thief"
Radiohead
O Radio head foi ao Paraíso com os seus três primeiros discos, e ao Inferno com os dois posteriores . O que esperar após tão intensa carreira? Um disco sóbrio, irônico, e, em muitos aspectos, formidável. "Hail to the Thief" não era a revolução, não era a experimentação elevada à enésima potência, e sim, um disco honesto de um grupo que já não precisava provar nada pra ninguém. Tinha canções de outro mundo, do quilate de "2+2=5", "Myxomatosis", "There, There" e "Go To Sleep". Diante disso, chega a ser inacreditável que este seja um dos trabalhos menos falados da banda, e que, até hoje, sofre uma certa injustiça.
7°
"No Code"
Pearl Jam
Integridade sempre foi a palavra-chave para o Pearl Jam. Portanto, não é de se estranhar um álbum tão diferente quanto "No Code", que, de maneira explícita, demonstra a insatisfação da banda com o showbizz após os anos de ouro com "Ten", "Vitalogy" e "Vs". A preocupação da banda já começa, literalmente, na própria capa, feita toda em material reciclável. Além disso, as imagens que compõem o encarte também são interessantes. Na realidade, são quadrados com fotografias de diversas polaroids, e que formam uma espécie de quebra-cabeças, do qual é cheio de significados. O som, no entanto, não tinha erro: sem complicações, era um Pearl Jam mais maduro e consciente dentro e fora do rock. No final, mesmo não fazendo o sucesso de discos anteriores, "No Code" moldou o que o grupo é hoje (para o bem e para o mal).
6°
"The Final Cut"
Pink Floyd
Uma banda clássica que está prestes a implodir com a saída de um de seus principais integrantes, e, mesmo com turbulências, ainda consegue fazer um álbum acima da média. "The Final Cut" tem que ser encarado assim. Gravado num momento difícil, com o tecladista Richard Wright tendo sido expulso após as sessões de "The Wall", e com Gilmour e Waters cada vez mais em pé de guerra, o disco reflete bem o clima pesado pelo qual o grupo passava, até mesmo porque o tema principal de suas letras é, justamente, a guerra; mais precisamente o Conflito das Malvinas. Mesmo chegando ao primeiro lugar no Reino Unido, "The Final Cut" não foi bem digerido à época, somente sendo reconhecido como um grande trabalho anos depois.
5°
"Doo-Bop"
Miles Davis
Na realidade, Miles Davis não compôs apenas 1 ou 2 discos que foram subestimados (e, bastante criticados) no seu lançamento. O "gênio do jazz", ao longo de sua carreira, sempre lançou trabalhos provocativos, que iam além do estilo que o consagrou, e, automaticamente, desagradava muita gente. "Doo-Bop" foi, talvez, a auge dessa ousadia ao misturar jazz com hip hop, o que irritou demais os puritanos do gênero. Uma pena que ele não pôde ver toda a celeuma em cima desse ótimo álbum seu, pois, ele morreu 1 ano antes dele ser lançado, em 1991, aos 65 anos. Mesmo chocante, em alguns aspectos, pela sua mistura de ritmos, isso não impediu que o disco ganhasse um Grammy, por melhor performance instrumental de R&B. Uma despedida digna de mestre.
4°
"III"
Led Zeppelin
Hoje em dia, esse disco do Led pode ser considerado um dos melhores da banda, mas, na época de seu lançamento, não foi bem assim. Isso porque o grupo abandonou bastante do hard rock pesado dos trabalhos anteriores para investir num sonoridade mais limpa, calcada no folk, com bastante material acústico. Surpreendeu crítica e fãs, que não souberam ao certo como se posicionarem, deixando em "Led III" a alcunha de um disco morno. Mas, como não considerar um clássico que possui "Immigrant Song", "Since I've Been Loving You" e "Gallows Pole"? O tempo deu, merecidamente, o valor que o álbum, de fato, possui.
3°
"The Velvet Underground"
The Velvet Underground and Nico
Perguntem a qualquer banda de rock alternativo qual foi o disco que as influenciou fortemente, e 9 entre 10 citarão o primeiro do Velvet Underground. Porém, quando foi lançado, o fracasso comercial foi inevitável. Também pudera: o som era o mais simples possível, e não se encaixava nem no psicodélico, nem no progressivo, nem no hard. Enfim, o Velvet era um estranho no ninho, e o que notabilizou a banda foram as letras experimentais e confessionais, a maioria a cargo do vocalista Lou Reed, fã de poetas como William Burroughs e Allen Ginsberg. Sem contar a capa emblemática de Andy Warhol, que fez história. Clássico é clássico, e pronto.
2°
"Pet Sounds"
Beach Boys
Quando se fala em disco experimental que mudou a música pop no século 20, o que vem à mente, logo de cara, é o "Sgt Peppers" do Beatles. Mas, em paralelo, sem holofotes, a banda The Beach Boys compôs um trabalho que concorre fácil com o clássico dos rapazes de Liverpool em termos de genialidade. Precisou o grupo abandonar os temas ensolarados e festivos por letras mais reflexivas e até depressivas para chegaram a esse nível de grandeza. A maioria das composições ficou a cargo do vocalista Brian Wilson, que abandonou shows e turnês para se trancar em estúdio e trabalhar melhor no conceito do disco. O resultado foi um trabalho tão influente quanto atemporal (e, tão importante quanto "Sgt. Peppers").
1°
"Rubber Soul"
Beatles
Quando se fala em Beatles, muitas coisas vem à mente. Público gritando, enlouquecido, abandono de shows ao vivo, concepção de alguns dos mais importantes discos da história da música pop contemporânea, etc. Mas, pouco se fala do momento de "ruptura", quando o amadurecimento começou a vir. Bem mais poético e adulto que os trabalhos anteriores da banda, "Rubber Soul" preconizou uma verdadeira avalanche de clássicos, como "Revolver" e o "White Album". De fato, foi uma surpresa para os fãs, que ainda estavam bastante acostumados com o estilo "boy band" dos Beatles, e que, de repente, aparecem mais sofisticados. Foi um caminho sem volta (e, pra melhor).
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