Lista

Os 20 Melhores Cineastas (em Atividade)


É comum pensarmos que essa era moderna está acabando com a arte autoral, ao passo que os grandes realizadores estão, cada vez, mais escassos. Verdade que no cinema, poucos são os diretores que, na atualidade, diferenciam-se dos demais, criando algo, se não exatamente novo, mas, pelo menos, com o mínimo de qualidade e relevância. Por isso, segue uma lista com os 20 melhores diretores do cinema atual, aqueles que, por algum motivo, destacam-se, fazendo a gente relembrar o porquê gostamos desse negócio chamado CINEMA.



20°
Christopher Nolan (país: EUA)

Típico caso de ame-o ou odeio-o. Um dos diretores que mais fez filmes rentáveis nos últimos anos, tanto é considerado um mestre do entretenimento adulto, quanto, na mesma proporção, é considerado um diretor pedante. Mesmo que com alguns exageros, no entanto, é notável que a sua filmografia esteja repleta de produções peculiares, e que colocaram o cinema comercial em outro nível, seja nos filmes de super-heróis ("Batman - O Cavaleiro das Trevas"), seja na ficção científica ("A Origem"). Certo mesmo é que, independente de provocar admiração ou desdém com o seu trabalho, Nolan continuará a fazer cinema com uma qualidade ímpar.
Melhores filmes:
"Amnésia"
"Batman - O Cavaleiro das Trevas"
"A Origem"


19°
Gus Van Sant (país: EUA)

O cinema de Van Sant é autoral até a medula, e mesmo com que tenha feito projetos "arriscados" em sua carreira, como a duvidosa refilmagem de "Psicose", seus filmes são bastante cultuados, principalmente, entre os jovens, público retratado com afeto e respeito na grande maioria das produções do diretor. Com uma sensibilidade bem particular para tratar de assuntos espinhosos (prostituição e luta pelas causas LGBT's), o cineasta compôs uma obra interessante ao longo dos anos, sendo apontada como uma intensa representação da "perdida" década de 90.
Melhores filmes:
"Garotos de Programa"
"Elefante"
"Milk - A Voz da Igualdade"


18°
Paul Thomas Anderson (país: EUA)

"Queridinho" entre o público mais cult, Paul Thomas Anderson vai bem além do que o seu hype pode sugerir. Desde o ótimo "Boogie Nights - Prazer sem Limites" que os holofotes caíram sobre ele, mas, foi com o estupendo "Magnólia", um dos mais doloridos mosaicos da pequenez humana no cinema, que ele alcançou o status de grande diretor de sua geração. Seus filmes são repletos de metáforas, em especial, a religião, algo bem evidente em "Sangue Negro" e "O Mestre". Um realizador que ainda pode dar muito o que falar.
Melhores filmes:
"Magnólia"
"Sangue Negro"
"O Mestre"


17°
Nadine Labaki (país: Líbano)

Falar de "cinema feminista" pode soar um pouco estranho, no entanto, é isso o que vamos encontrar nos filmes de Labaki. Mas, não só. Suas produções, mesmo indo para o lado das comédias, possuem uma forte carga dramática, com personagens que parecem fadados a um destino cruel, quase dantesco. Só assim para qualificar o seu melhor trabalho, "E, Agora, Aonde Vamos?", que fala da luta de mulheres num vilarejo para impedir que os homens se matem num disputa sem sentido entre cristãos e muçulmanos. Além de tudo, Labaki se mostra inteligente e sagaz para não pesar a mão em seus projetos, mesmo quando o assunto requer uma melhor reflexão.
Melhores filmes:
"Caramelo"
"E, Agora, Aonde Vamos?"


16°
Sérgio Bianchi (país: Brasil)

Inconformado por natureza, e provocador por convicção, Bianchi vem fazendo um trabalho autoral a ferro e fogo digno de nota, desde a sua estreia com "Maldita Coincidência", de 1979. Não importa o assunto; Bianchi vai lá, coloca o dedo na ferida, torce e ainda pergunta se a gente quer mais! Um raro cinema de protesto que não pode ser taxado de Direita, nem de Esquerda, e talvez seja por isso mesmo que o cineasta, até hoje, seja considerado um "maldito", até entre os colegas de profissão. Mas, a verdade é uma só: bem-dito seja Sérgio Bianchi!
Melhores filmes:
"Cronicamente Inviável"
"Os Inquilinos - Os Incomodados que se Mudem"
"O Jogo das Decapitações"


15°
Joel e Ethan Coen (país: EUA)

Inclassificáveis. É assim que podemos definir os filmes dos irmãos Coen. Afinal, em que categoria colocar algo como "Fargo - Uma Comédia de Erros"? Drama? Comédia? Horror? Não há limites para a imaginação desses dois, e mesmo trafegando pelo absurdo, suas produções têm um caráter humano e crítico como poucos. E, o melhor: mesmo depois do Oscar por "Onde os Fracos não Têm Vez", eles não se acomodaram, continuando a fazer cinema do bom.
Melhores filmes:
"Fargo - Uma Comédia de Erros"
"O Grande Lebowski"
"Onde os Fracos Não Têm Vez"


14°
Chalie Kaufman (país: EUA)

O caso de Kaufman é bem inusitado. Começou a ser mundialmente conhecido pelos ótimos roteiros de "Quero Ser John  Malkovich", "Adaptação", e, principalmente, de "Brilho Eterno de uma Mentem sem Lembranças". Mas, resolveu ir para a cadeira de diretor, e o que tinha tudo para dar errado, acabou dando muito certo. Seus dois longas para cinema ("Sinédoque, Nova Iorque" e "Anomalisa") são duas preciosidades para serem degustadas com afinco por quem gosta, de verdade, de cinema. São histórias tristes, mas, necessárias, e ninguém melhor do que um bom contador de histórias como Kaufman para comandá-las na tela grande. 
Melhores filmes:
"Sinédoque, Nova Iorque"
"Anomalisa"


13°
Anna Muylaert (país: Brasil)

Muylaert é uma cineasta de seu tempo, e por isso mesmo, não se contenta em apenas contar uma boa história. Tenta extrair delas uma mensagem, uma contestação, algo que possa ser útil para essa geração atual. Muitos não gostam porque ela é "política" demais, "partidária" demais. Porém, é esse elemento, o de não se omitir, que faz seus filmes brilharem, seja o despretensioso "Durval Discos", seja o sensível "Que Horas Ela Volta?", melhor produção nacional do ano passado, sem dúvida.
Melhores filmes:
"Durval Discos"
"Que Horas Ela Volta?"


12°
Park Chan-Wook (país: Coréia do Sul)

Geralmente, os personagens dos filmes de Chan-Wook procuram uma única coisa: vingança, não importa de que maneira for. Trabalhando muito bem esse instinto quase primal do ser humano, o cineasta sul-coreano consegue construir produções ao mesmo tempo violentas e tristes. Não há ó vencedores ou perdedores em seu cinema; apenas pessoas comuns sendo miseravelmente patéticas. Uma obra um tanto pessimista, é verdade, mas, forte o suficiente para suscitar belas reflexões e ótimos debates.
Melhores filmes:
"Oldboy"
"Lady Vingança"
"Sede de Sangue"


11°
Wes Anderson (país: EUA)

Anderson poderia ser facilmente classificado como uma espécie de "Tim Burton" mais contido. No entanto, isso serviria apenas para limitar o talento nato deste diretor, que mesmo não realizando grandes filmes, vem mantendo um padrão de qualidade muito bom ao longo dos anos. Com filmes que transitam entre a comédia escrachada, o humor negro e a melancolia, Wes Anderson nos convida a rirmos do absurdo da vida, este própria, uma forma de nonsense, às vezes, engraçada, e outras, não.
Melhores filmes:
"Os Excêntricos Tenenbaums"
"O Fantástico Sr. Raposo"
"Grande Hotel Budapeste"


10°
Michael Haneke (país: Áustria)

Não é exagero dizer que Haneke faz um dos cinemas mais difíceis dos últimos tempos. Formado em psicologia e filosofia, ele faz filmes que tentam tirar o espectador da letargia, mesmo que o choque de realidade seja perturbador. Mesmo violentas, as suas produções não são gratuitas, mexendo com as concepções pré-estabelecidas de quem assiste, e desconstruindo a própria lógica da narrativa cinematográfica. Uma arte, enfim, em que poucos ficam indiferentes a ela.
Melhores filmes:
"O Vídeo de Benny"
"Funny Games"
"Amor"



Alejandro Gonzáles Iñarritu (país: México)

Muitos reclamam da megalomania do diretor, mas, sejamos honestos: os seus filmes, em geral, são um exercício cinematográfico fascinante. Desde o ritmo alucinante de "Amores Brutos", passando pela desconstrução narrativa de "21 Gramas", e chegando ao envolvimento hipnótico de "Birdman", Iñarritu, a despeito de sua provável arrogância, sabe muito de cinema e como manipulá-lo de forma envolvente. A quem não goste. Porém, nada foi feito para agradar a todos.
Melhores filmes:
"Amores Brutos"
"21 Gramas"
"Birdman"



James Wan (país: Malásia)

Este jovem rapaz fez o que parecia ser impossível nos dias de hoje: revigorou o cinema de terror com uma fórmula simples, que é usar todos os clichês do gênero, para desconstruí-los um a um. Quando todos pensavam que filmes sobre serial killers já tinham mostrado todo o seu potencial, Wan aparece com o instigante "Jogos Mortais". E, quando se achava que a plateia não teria mais sustos com o terror sobrenatural, ele nos brinda com "Invocação do Mal". E, tudo com muita criatividade e carisma.
Melhores filmes:
"Jogos Mortais"
"Sobrenatural"
"Invocação do Mal"



Roman Polanski (país: França)

O veterano Polanski não para de surpreender. Quando todos pensavam que a sua carreira estava acabada, ele surge com o poderoso "O Pianista", que lhe rendeu um Oscar de Melhor Direção. E, de lá pra cá, ele, basicamente, só vem acertando, com filmes que, se não chegam a remeterem aos seus grandes clássicos, pelo menos, instigam o espectador com histórias inusitadas, como no recente "A Pele de Vênus".
Melhores filmes (recentes):
"O Pianista"
"Deus da Carnificina"
"A Pele de Vênus"



Alfonso Cuarón (país: México)

No universo mais pop, Cuarón será para sempre lembrado como o diretor do melhor filme da saga se Harry Potter: "O Prisioneiro de Azkaban". Mas, mesmo após o sucesso de bilheteria, o cineasta não se intimidou, e lançou os seus melhores trabalhos: o vigoroso "Gravidade" e magistral "Filhos da Esperança". Trata-se de um dos cineastas mais inventivos desta geração, sabendo trabalhar como poucos a parte técnica para deixar o espectador no "centro da ação", numa forma de imersão narrativa impressionante.
Melhores filmes:
"Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban"
"Filhos da Esperança"
"Gravidade" 



Denis Villenueve (país: Canadá)

Villenueve é uma espécie de cineasta que transita, com desenvoltura por vários mundos. Um de seus temas principais é a guerra ("Incêndios" e "Sicario"), mas, também compõem sua obra um pesado drama de redenção ("Maelström"), uma crítica aos massacres ocorridos em escolas ("Polytecnique"), uma produção policial interessante ("Suspeitos") e até uma correta adaptação de um dos livros de José Saramago ("O Homem Duplicado"). E, em todos ele se dá muito bem, tanto é, que o seu próximo trabalho será, nada mais, nada menos, do que a refilmagem de "Blade Runner"!
Melhores filmes:
"Maelström"
"Incêndios"
"Sicario - Terra de Ninguém"



David Fincher (país: EUA)

É verdade que Fincher começou muito mal a sua carreira, com o insosso "Alien 3". Mas, numa impressionante reviravolta, ele lança, dois anos depois, o soberbo "Seven - Os Sete Crimes Capitais". E, desde então, ele, simplesmente, não "consegue" fazer nenhuma trabalho ruim, mesmo que alguns sejam bem burocráticos, como "O Curioso Caso de Benjamin Button" e "A Rede Social". No entanto, o recente "Garota Exemplar" mostra que o diretor ainda continua com o seu talento intacto.
Melhores filmes:
"Seven - Os Sete Crimes Capitais"
"Clube da Luta"
"Garota Exemplar"



Alexandr Sokurov (país: Rússia)

O cinema de Sokurov é ríspido, bruto, quase dá pra tocar. Seus filmes conseguem passar todo o drama humano a que somos sujeitos, tornando a sua arte pouco palatável. Angústia e sofrimento estão a cada segundo em suas produções, e mesmo assim, tudo consegue ser poético, filosófico e bonito, mas, não necessariamente pedante. O que Sokurov faz não é uma sétima arte para as massas, sem dúvidas, mas, quem se arriscar a encará-la terá algumas das experiências mais fascinantes do cinema recente.
Melhores filmes:
"Mãe e Filho"
"A Arca Russa"
"Fausto"



Nanni Moretti (país: Itália)

Aqui está um dos cineastas mais humanos e inquietos do cinema recente. Pra quem duvida, basta olhar alguns de seus mais sensíveis filmes, como "O Quarto do Filho" e o recente "Mia Madre". E, a despeito de todas as fabulosas críticas que permeiam as suas produções, também temos ótimas comédias, leves e despretensiosas, mas, que respeitam a inteligência do espectador. Por sinal, um filme de Moretti é facilmente reconhecível: ele faz o espectador se indignar, rir e chorar em doses iguais. Exímio cineasta, e grande ser humano.
Melhores filmes:
"Palombella Rossa"
"O Quarto do Filho"
"O Crocodilo"



Alejandro Jodorowsky (país: Chile)

Mergulhar no cinema de Jodorowski é adentrar num amálgama de emoções, fantasias, perturbações, críticas e esperanças como poucas vezes se viu na sétima arte. Venerado por um sem-número de pessoas de diversas vertentes, o diretor consegue elevar à enésima potência o significado de fantasia no cinema, cujas imagens, repletas de significados, dialogam com a essência humana em seu estado mais puro. O que "Jodô" faz é externalizar o que sente, cabendo a nós, meros mortais, agradecer tal privilégio.
Melhores filmes:
"El Topo"
"A Montanha Sagrada"
"A Dança da Realidade"

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