lista de fim de ano ("os piores filme de 2017")


Lista Especial Final de Ano

Piores filmes de 2017


Foram muitos filmes ruins este ano, hein? Bem, mas, entre mortos e feridos, estamos aqui, prontos para listar aquelas produções que, em linhas gerais, foram bem vergonha alheia (pelo menos, para este que vos fala). Algo positivo: a lista está eclética, e engloba diversos estilos, então, alegrem-se... rs Agora, deixemos de conversa, e vamos à treta... digo... à lista. 👍



20º
"Thor: Ragnarok"
Ok, os filmes do Deus do Trovão, anteriormente, já tinham um certo tom de galhofa, o que deixava eles um tanto quanto esquecíveis. No entanto, colocar a galhofa como primordial em 100% do tempo também não pareceu ter sido uma escolha acertada, já que ficou muito estranho ver Thor e cia fazendo piadinhas ao mesmo tempo que Asgard passava por um verdadeiro apocalipse (o tal Ragnarok). O tom simplesmente não combinou, e se fosse somente uma comédia à lá Guardiões da Galáxia (sem ligação com a cronologia atual da Marvel, nem o evento do Ragnarok), seria até um filme mais aceitável.



19º
"Vida"
Ficção científica com monstros alienígenas não precisa primar por coerência, nem por inteligência dos personagens, mas, verdade seja dita: "Vida" abusa disso. E, abusa tanto que não da nem pra se divertir, mesmo que as mortes apresentadas tenham algum grau de criatividade. Some-se a isso personagens fracos, dos quais simplesmente não nos importamos com eles, e você terá um filme meia boca.



18º
"Personal Shopper"
Sem dúvida, é louvável Kristen Stewart buscar por projetos ousados, que deem a chance dela mostrar algum talento. No entanto, com um roteiro medíocre, que tenta emular uma série de referências (como David Lynch, por exemplo), não há talento que supere a fragilidade de um projeto desses. Pra completar, um Olivier Assayas cada vez mais irrelevante em termos de cinema. Desperdício total de estória e de tempo.



17º
"Lion: Uma Jornada para Casa"
"Lion" parece um imenso comercial de margarina embalado por uma boa dose de preconceito. Temos aqui uma visão estereotipada da Índia, bem como um olhar maniqueísta do "primeiro mundo", cheio de pessoas brancas, sorridentes, felizes, e sempre boas e altruístas. Atuações deprimentes, onde só se salva o garotinho Sunny Pawar. A mensagem final é importante e engajada, mas, se era pra ajudar numa causa como aquela, um documentário talvez surtisse melhor efeito.



16º
"Liga da Justiça"
E, é com grande pesar que temos que reconhecer que a DC NÃO conseguiu (de novo!). A falta de direcionamento neste filme ficou nítida, e mais parece que temos duas produções distintas, que não dialogam. Piadas fora de hora, personagens ícones mal aproveitados e um vilão pra lá de clichê fazem deste aqui mais um longa esquecível do universo expandido da DC. Uma pena.



15º
"Silence"
Scorsese está numa fase bem morna em sua carreira, não há como negar. Após o chatinho "Hugo Cabret" e o ótimo "O Lobo de Wall Street", ele nos ofereceu, este ano, o intragável "Silence". A estória poderia até ter rendido bons debates a respeito de questões religiosas, mas, Scorsese preferiu ser verborrágico e raso demais, apresentando personagens nem um pouco interessantes, e, ainda por cima, carregados de estereótipos. Nem Liam Neeson se salva.



14º
"Okja"
"Okja" é o típico filme que não sabe o que quer. Ora parece uma aventura infantil, ora, um pastelão involuntário, ora um terror dos mais tensos, ora um drama sentimentalóide... enfim. Cenas irritantes se misturam a outras bem constrangedoras para tentar passar uma mensagem ecológica contra a indústria alimentícia. Tudo bem que a intenção é louvável, mas, do jeito que ficou, não esboça, sequer, uma mísera crítica mais sólida ao tema. Adicione aí atuações vergonhosas de Jake Gyllenhaal e Tilda Swinton.



13º
"Corra!"
Fazendo parte dessa onda do pós-terror (termo que deveria ser abolido, com certeza), "Corra!" tem uma premissa interessante, mas, mal executada. Querer misturar terror com questões raciais é uma ótima ideia, mas, o filme fica martelando na mesma tecla por quase uma hora sem parar, sem que fiquemos imersos na trama. E, quando finalmente parece engrenar, um belo furo de roteiro proporciona uma carnificina que não estava nem um pouco condizente com a proposta apresentada até então. Típica produção que foi excessivamente falada, porém, que não cumpre as suas expectativas.



12º
"A Qualquer Custo"
Exemplo clássico quando o roteiro é até bom, e pode render algo interessante, mas, a sua execução deixa a desejar. "A Qualquer Custo" tenta ser uma versão de "Onde os Fracos Não Têm Vez", porém, com pouca criatividade. Alguns personagens são excessivamente burros, e outros adoram falar frases de efeito. Ou seja, uma espécie de cópia do trabalho dos irmãos Coen. E, como toda cópia, esta aqui não saiu à perfeição.



11º
"A Autópsia"
Filmes de terror precisam estar sempre se reinventando para conseguir a máximo de atenção do público, já que o que não faltam são produções que oferecem mais do mesmo. "A Autópsia" até tentou, apresentando personagens um pouco mais humanizados do que o normal, e um mistérios realmente instigante envolvendo o cadáver de uma mulher em um necrotério. O problema é que, quando o terror de fato começa tudo fica clichê e óbvio demais, gerando aquele sentimento ruim de frustração.



10º
"Toni Erdmann"
Tem alguns filmes que simplesmente não combinam com a tradição do cinema no país em que foram feitos. Tipo, uma produção alemã ser uma comédia. Claro que isso é plenamente possível (basta ter talento). O problema é quando os envolvidos no projeto deixam tudo tão, chato, tão sisudo, tão sem vida, que o resultado não convence nem como dramédia, muito menos, algo para você rir. A duração excessiva de "Toni Erdmann" (quase três horas) deixa tudo ainda mais insuportável. Ganhou diversos prêmios por aí, mas, hoje em dia, isso não significa muito, no final das contas.




"Manchester à Beira-Mar"
Outra produção bastante badalada, mas, que é, no fundo, bem medíocre em relação à sua fama. Trata-se de um filme em que tanto diretor, quanto roteirista e, principalmente, ator principal pesaram a mão em um assunto que já é pesado por natureza: o luto. Aqui, fica impossível qualquer um conseguir se sentir triste ou empático com o drama retratado, pois é tudo tão milimetricamente manipulado para causar a nossa emoção, que acabamos não sentindo nada, a não ser a sensação de que o filme parece não acabar nunca.




"O Jardim das Aflições"
Tirando qualquer questão ideológica a respeito deste documentário, a verdade é que, nem assim, "O Jardim das Aflições" consegue ser interessante. Ao contrário: a preocupação parece querer ser endeusar o filósofo ao invés de explorar as suas ideias em si. Como propaganda de Olavo de Carvalho, funciona, mas, quem, em sã consciência, quer assistir a algo assim?




"Em Defesa de Cristo"
Sem querer ser preconceituoso, mas, é difícil encontrar algum filme do nicho gospel que não seja desonesto ou maniqueísta. Saber que "Em Defesa de Cristo" foi feito pelos mesmos produtores da franquia "Deus Não Está Morto" só reforça essa ideia. O problema não são os cristãos, no cinema, quererem evangelizar. O que ocorre é que isso é feito, muitas vezes, abstraindo fatos, distorcendo dados, estigmatizando outras crenças... Aí, meus caros, nem Cristo salva.




"Como Nossos Pais"
Um grande problema do cinema brasileiro, ontem e hoje, é a falta de naturalidade com que certos diálogos são escritos. Adicione a isso atuações robóticas, e você terá personagens que estão falando quase como que decorando textos (e, isso, em tela, fica bem feio). Mas, a falta de naturalidade nos diálogos não é o único erro de "Como Nossos Pais", que peca também por ter uma direção clichê e situações um tanto forçadas para fazer com que os personagens cuspam frases de efeito a rodo. Não à toa, este filme tem muito a ver com "Aquarius", do ano passado (e, isso não é um elogio).




"A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell"
Hollywood bem que tentou, porém, transpor toda a profundidade do material original (anime, e, principalmente, mangá) para as terras de cá não seria fácil. “Ghost in the Shell” até tenta arranhar um ou outro debate pertinente a respeito de nossa humanidade perante a tecnologia, mas, não passa de uma aventura apenas visualmente bonita, e rasa em essência. Se era pra fazer isso, que deixassem a estória em terras nipônicas, mesmo.




"Alien: Covenant"
Ridley Scott tem boas intenções, disso temos que concordar. A ideia era fazer alguns prelúdios da franquia “Alien”, para, depois de alguns anos, serem feitas continuações diretas da franquia original. Tudo embalado num debate mais filosófico, mas existencialista. Porém, se “Prometheus” já era uma produção repleta de defeitos, “Alien: Covenant” consegue se superar. Atuações canastronas, efeitos visuais que não contemplam devidamente o xenomorfo, e uma direção mambembe de Scott fazer desse filme algo intragável. 




"Kong: A Ilha da Caveira"
A intenção da Warner Bros. é se fazer uma espécie de “universo compartilhado” (apelidado de MonsterVerse) só com monstros famosos da cultura pop, cujo primeiro filme dessa empreitada “Godzilla”, de 2014, e o segundo, este “Kong: A Ilha da Caveira”. Mas, se com “Godzilla” ainda existia alguma espécie de charme, de nostalgia em relação a esse tipo de filme, com “Kong: A Ilha da Caveira”, não teve jeito. Nem grandes atores como Brie Larson, Samuel L. Jackson, Tom Hiddleston e John Goodman conseguiram tirar leite de pedra. O roteiro parece ser escrito por cem pessoas diferentes, tamanha a desorientação. A direção piegas de Jordan Vogt-Roberts também não ajuda muito. Era melhor Kong ter continuado entocado na floresta, do que ter participado de um filme desses!




"Death Note"
Quando a gente pensa que o mercado norte-americano não poderia piorar mais ainda uma maravilhosa obra japonesa, como aconteceu com “Ghost in the Shell”, méis que a Netflix não brinda com a sua versão “todo mundo em pânico” para “Death Note”. Sério: esqueça toda a profundidade do anime e do mangá originais, e tente ver isto aqui como uma paródia. Mas, pensando bem, nem como paródia o “Death Note” do Tio Sam serve. A única coisa que se salva é Willem Dafoe como Ryuk, e olhe lá.



"Jigsaw: Jogos Mortais"
Qualquer franquia de sucesso é assim: os produtores espremem, espremem e espremem até o último bagaço para ver se ainda conseguem fazer um suco. No caso de “Jogos Mortais”, convenhamos: a franquia morreu junto com o terceiro filme. De lá pra cá, como diria o narrador de Clube da Luta, é a cópia da cópia da cópia da cópia... Nem como produção sanguinolenta com enfoque nos temidos jogos mortais este filme deve satisfazer os fãs da cine-série, visto que as mortes são pouco ou nada criativas. E, mesmo se fossem, não nos importaríamos, pois, os personagens são chatos e esquecíveis. Ah, e a grande revelação final? Não, obrigado. Era melhor ter ido ver o filme do Pelé!


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