Dica de Disco ("Lamb of God" - Lamb of God)

Álbum: Lamb of God
Ano de lançamento: 2020
Artista: Lamb of God

Lamb Of God

Uma das melhores bandas do metal norte-americano da atualidade lança mais uma "paulada" em uma carreira irretocável

O Lamb of God é o tipo de banda que não precisa provar mais nada a ninguém (apesar de parecer que sempre eles dão o máximo de si em cada disco). O que é ótimo para nós que apreciamos a pancada sonora que a banda faz desde o seu debut em 2000, com New American Gospel

8º disco sob o nome Lamb of God, este novo trabalho da banda (que agora conta com o baterista Art Cruz em substituição a Chris Adler) traz o que o grupo sempre fez de melhor: riffs fenomenais, técnica irretocável e muita (mas muita) raiva. Claro, tudo embalado por uma experiência que somente as melhores bandas adquirem com o tempo. 

Um som com energia, mas bastante maduro, portanto.

Não é à toa, inclusive, que o disco demorou alguns anos para ser concebido, co  o mais recente lançamento do Lamb of God tendo sido o ótimo VII: Sturm und Drang, em 2015. Tanto tempo serviu, entre outras coisas, para mostrar o quanto o grupo ainda pode evoluir mais no som, se há limites criativos pra eles, e por aí vai. 

Uma prova de fogo pra músicos com mais de 2 décadas de carreira, sem dúvida. 

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Tudo o que o fã habitual da banda gosta está aqui neste mais recente álbum, com o adicional da voz de Randy Blythe, que está mais gutural e grave que nunca, e a bateria com mais "punch" do que técnica de Art Cruz. 

Tirando esses detalhes (que deixam este trabalho aqui ainda mais "ímpar", digamos assim), está tudo "normal", especialmente no que se refere às guitarras de Mark Morton e de Willie Adler, que continuam sendo um dos fatores que fizeram o Lamb of God ser o que é hoje. 

O disco começa de maneira boa, como Memento Mori, que remete, inclusive, a Overlord, do disco anterior, por ter uma introdução mais lenta, e uma explosão em determinado momento da canção. Um competente cartão de visitas, mas o disco melhora consideravelmente com Checkmate, ficando um pouco moroso com Gears, e voltando a empolgar com Reality Bath




Vem, então, aquela canção que pode ser considerada um dos pontos altos do álbum: New Colossal Hate. Riffs fabulosos, um refrão digno de shows ao vivo, e uma letra poderosa (O novo ódio colossal surge / Maneiras selvagens, velhos horizontes / De um a vários / Um espelho sujo mostra o inimigo). Resurrection Man lembra um pouco outros trabalhos da banda, especialmente, composições do espetacular disco Sacrament. Ótima faixa, por sinal, apesar do seu ritmo mais lento. 

A mesma pegada menos acelerada vem com a próxima faixa, Poison Dream, mas, desta vez, com a aquisição mais do que bem-vinda de Jamey Jasta, vocalista de outra banda de peso da atualidade, o Hatebreed. Trata-se de um dos melhores trabalhos de guitarra do disco, por sinal, sendo outra candidata a ser executada ao vivo nos shows ao vivo do Lamb of God. 




E se é velocidade que o fã antigo da banda quer, é isso o que temos na empolgante Routes, com participação de ninguém menos que Chuck Billy, vocalista do Testament. Não é à toa que a faixa remete ao thrash metal mais cadenciado do lendário grupo oitentista. E, como não poderíamos deixar de destacar, as guitarras dessa faixa estão em ´perfeita sincronia, bem como o baixo de John Campbell. 

O disco se encerra com as ótimas Bloodshot Eyes e On The Hook. Enquanto que a primeira mostra uma variações interessantes de ritmo (especialmente, comandadas pela voz de Randy Blythe), a segunda aposta numa levada ora hardcore, ora death, que deixa a canção muito interessante, com todos os integrantes suando pra dar o melhor na execução da música. Grande desfecho. 

Claro, certamente, não temos aqui o melhor trabalho do grupo (algo que fica entre Sacrament e Resolution). Mesmo assim, Lamb of God, o disco, é uma aula bem bem executada do melhor que o heavy metal pode oferecer nos dias de hoje, com bandas como Mastodon, Gojira e tantas outras. 

Em suma, o Lamb of God continua a ser um grupo confiável. Escute sem medo (de preferência, no último volume!). 


NOTA: 8/10

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