filme mais ou menos recomendável ("thor: ragnarok")
Filme Mais ou Menos Recomendável
Thor: Ragnarok
2017
Direção: Taika Waititi
NOTA: 5/10
Thor: Ragnarok
2017
Direção: Taika Waititi
TERCEIRO LONGA DO DEUS DO TROVÃO É O MAIS DESCARADAMENTE CÔMICO DA FRANQUIA (PARA O BEM E, PRINCIPALMENTE, PARA O MAL)
Com quantas piadas se pode fazer um filme da Marvel? O questionamento pode parecer pejorativo, a princípio, mas, demonstra bastante o modus operanti de como o estúdio realiza as suas produções para o cinema. Incomoda? Não, necessariamente. Uma obra de arte só pode ser considerada boa ou não se, dentro da sua proposta, ela "funciona".
E, é aí que "Thor: Ragnarok" peca, pois, já que ele "se assume" como uma comédia, seria de se esperar que boa parte de suas piadas funcionasse. Infelizmente, não é o que acontece. Na maioria das vezes, é tudo tão forçado, com uma necessidade tão grande de fazer rir, que a graça é pouca, com poucos momentos dignos de nota.
E, é aí que "Thor: Ragnarok" peca, pois, já que ele "se assume" como uma comédia, seria de se esperar que boa parte de suas piadas funcionasse. Infelizmente, não é o que acontece. Na maioria das vezes, é tudo tão forçado, com uma necessidade tão grande de fazer rir, que a graça é pouca, com poucos momentos dignos de nota.
O tom debochado, galhofa, fanfarrão, e até meio bobo, já é bem demonstrado na introdução do filme, quando temos uma situação de perigo em que o protagonista não para de fazer piadinhas. Estranhamente, o timing do humor, nesse início, funciona, o que dá boa perspectiva para as próximas duas horas de "Thor: Ragnarok".
Só que não demora muito para que, ainda nos primeiros vinte minutos, essa fórmula da qual todo personagem precisa fazer comédia o tempo todo, começa a dar sinais de desgaste. E, isso para uma produção com esse viés é péssimo, pois, a história em si (mais um supervilão que quer dominar tudo) é simplória até dizer basta. Portanto, já que o longa se define como comédia, seria preciso que o humor fosse afiado e se segurasse do começo ao fim.
E, é interessante notar que os personagens estejam até mais interessantes do que nos filmes anterior do Deus do Trovão. O próprio Thor, por exemplo, está mais irônico e mais inconsequente do que nunca. Já, Loki (uma das melhores coisas da franquia) continua impagável, roubando a cena sempre que aparece. O problema é que para por aí.
Os outros personagens inseridos na trama não conseguem força narrativa ou carisma suficiente para segurarem a história (ou, nesse caso, a comédia). Apenas a participação de um certo personagem da Marvel, que poderia ser gratuita, consegue fazer sentido, e é, a bem da verdade, genuinamente engraçada.
No entanto, desde o verdão Hulk (que aqui parece estar mais fraco que antes), passando pela grande vilã Hela (extremamente poderosa, mas, muito clichê), chegando a personagens secundários, como Valkyrie e o Executor, que parecem ter alguma dualidade, mas, que vão se mostrar "mais do mesmo" ao final da trama. Talvez, tirando Thor e Loki, o personagem mais divertido e descompromissado do filme seja o Grão-Mestre, cujas piadas, ao menos, funcionam, e ele é exatamente o que se mostra, sem sub-tramas desnecessárias.
Só que não demora muito para que, ainda nos primeiros vinte minutos, essa fórmula da qual todo personagem precisa fazer comédia o tempo todo, começa a dar sinais de desgaste. E, isso para uma produção com esse viés é péssimo, pois, a história em si (mais um supervilão que quer dominar tudo) é simplória até dizer basta. Portanto, já que o longa se define como comédia, seria preciso que o humor fosse afiado e se segurasse do começo ao fim.
E, é interessante notar que os personagens estejam até mais interessantes do que nos filmes anterior do Deus do Trovão. O próprio Thor, por exemplo, está mais irônico e mais inconsequente do que nunca. Já, Loki (uma das melhores coisas da franquia) continua impagável, roubando a cena sempre que aparece. O problema é que para por aí.
Os outros personagens inseridos na trama não conseguem força narrativa ou carisma suficiente para segurarem a história (ou, nesse caso, a comédia). Apenas a participação de um certo personagem da Marvel, que poderia ser gratuita, consegue fazer sentido, e é, a bem da verdade, genuinamente engraçada.
No entanto, desde o verdão Hulk (que aqui parece estar mais fraco que antes), passando pela grande vilã Hela (extremamente poderosa, mas, muito clichê), chegando a personagens secundários, como Valkyrie e o Executor, que parecem ter alguma dualidade, mas, que vão se mostrar "mais do mesmo" ao final da trama. Talvez, tirando Thor e Loki, o personagem mais divertido e descompromissado do filme seja o Grão-Mestre, cujas piadas, ao menos, funcionam, e ele é exatamente o que se mostra, sem sub-tramas desnecessárias.
Porém, se "Thor: Ragnarok" erra no humor (aquele que seria o seu principal trunfo), ele acerta naquilo que, ironicamente, faltou nos dois filmes anteriores: ação. Ela é contínua e bem feita, só perdendo espaço quando o roteiro obriga algum personagem a soltar alguma piada. Nesse aspecto mais técnico, os efeitos especiais funcionam, com exceção de um ou outro (nítido) Chroma Key ou com os irritantes "bonecos digitais" em algumas cenas de batalhas.
Um ótimo ponto a se destacar é a trilha sonora, com direito a duas cenas formidáveis tendo como pano de fundo a canção "Immigrant Song", do Led Zeppelin. Mesmo diante de um roteiro fraco, o elenco consegue algum destaque, principalmente, Chris Hemsworth e Tom Hiddleston, plenamente à vontade em seus papeis. Já, Cate Blanchett tenta fazer algo com sua Hela, mas, a história proporciona à atriz poucas chances de sair do óbvio. Tessa Thompson se sai melhor com sua Valkyrie, mesmo não sendo uma personagem devidamente explorada. Já, Mark Ruffalo e Jeff Goldblum parecem estar se divertindo mais do que o público, mas, mesmo assim, funcionam em cena.
E, por fim, o diretor Taika Waititi consegue imprimir um bom ritmo, e deixar a sua marcar humorística na obra, porém, sem um roteiro que consiga trabalhar melhor essa grande piada que é o filme, o seu trabalho atrás das câmeras acaba ficando meio que ofuscado.
Um ótimo ponto a se destacar é a trilha sonora, com direito a duas cenas formidáveis tendo como pano de fundo a canção "Immigrant Song", do Led Zeppelin. Mesmo diante de um roteiro fraco, o elenco consegue algum destaque, principalmente, Chris Hemsworth e Tom Hiddleston, plenamente à vontade em seus papeis. Já, Cate Blanchett tenta fazer algo com sua Hela, mas, a história proporciona à atriz poucas chances de sair do óbvio. Tessa Thompson se sai melhor com sua Valkyrie, mesmo não sendo uma personagem devidamente explorada. Já, Mark Ruffalo e Jeff Goldblum parecem estar se divertindo mais do que o público, mas, mesmo assim, funcionam em cena.
E, por fim, o diretor Taika Waititi consegue imprimir um bom ritmo, e deixar a sua marcar humorística na obra, porém, sem um roteiro que consiga trabalhar melhor essa grande piada que é o filme, o seu trabalho atrás das câmeras acaba ficando meio que ofuscado.
Muito se disse que "Thor: Ragnarok", por ter "se assumido" como comédia, é um ponto fora da curva nos filmes da Marvel. Nada mais enganoso. Desde o primeiro "Homem de Ferro", ainda no longínquo ano de 2008, que as produções do estúdios sempre primaram pelo humor, até mesmo filmes mais "sérios", como "O Soldado Invernal" e "Guerra Civil".
Portanto, o novo filme do Deus do Trovão é uma aventura embalada por comédia, como tantas vezes a Marvel já fez. A questão é que, aqui, esse conceito de humor é apenas ampliado em relação às outras produções do estúdio. O problema é que, pra ser humor o tempo todo, a piada precisa funcionar, e poucas vezes, este filme aqui provoca risos genuínos. No máximo, uma diversão passageira, engraçada em alguns momentos, e constrangedora em outros.
Nada, enfim, que seja "subversivo" em relação aos filmes de super-heróis que tantas vezes vemos ao longo desses anos. Vale pelo ação, pela trilha sonora e pelos momentos de interação entre Thor e Loki. Nada mais.
Portanto, o novo filme do Deus do Trovão é uma aventura embalada por comédia, como tantas vezes a Marvel já fez. A questão é que, aqui, esse conceito de humor é apenas ampliado em relação às outras produções do estúdio. O problema é que, pra ser humor o tempo todo, a piada precisa funcionar, e poucas vezes, este filme aqui provoca risos genuínos. No máximo, uma diversão passageira, engraçada em alguns momentos, e constrangedora em outros.
Nada, enfim, que seja "subversivo" em relação aos filmes de super-heróis que tantas vezes vemos ao longo desses anos. Vale pelo ação, pela trilha sonora e pelos momentos de interação entre Thor e Loki. Nada mais.
NOTA: 5/10
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