DICA DE DISCO ("FORTITUDE", GOJIRA)
Dica de Disco
Título: Fortitude
Ano de lançamento: 2021
Artista: Gojira
Heavy metal moderno, sem descaracterizar o estilo
O rock pesado tem passado quase que incólume pelas modas musicais que têm surgido (sei lá) nos últimos 40 anos. Sempre quando se pensa que o estilo não tem mais o que apresentar de interessante, vem uma nova safra de bandas para revigorar tudo. Atualmente, não faltam ótimos exemplos disso, como o Lamb of Gob, o Mastodon e o Gojira.
Este último acaba de lançar seu sétimo disco de estúdio, "Fortitude", e vem confirmar o que a banda vem mostrando ao longo desses anos: talento para compor linhas melódicas intrincadas, junto a muito peso, com influência direta do Sepultura (especialmente, fase "Chaos AD" e "Roots").
O grande destaque aqui são as três primeiras faixas, Born For One Thing, Amazonia e Another World, onde consegue fazer canções cativantes, mas, ao mesmo tempo, com certo rebuscamento técnico. Essa tríade inicial de composições mostra como a banda evoluiu, especialmente como instrumentistas, especialmente o baterista Mario Duplantier.
O disco ainda possui meio que uma faixa instrumental no meio dele, Fortitude, o que serve de introdução para a já citada The Chant. Poderia, inclusive, ter sido mais encurtada, servido mesmo como uma espécie de prelúdio, ainda assim, é uma composição interessante dentro dos padrões do álbum.
O álbum termina com maestria com a faixa Grind, que mistura guitarras distorcidas, agressividade e até certa melodia lá pelo meio. Uma mistura bem amarrada de agressividade com "suavidade", digamos assim. Um fechamento realmente muito bom.
O saldo geral é bastante positivo, apesar do disco deixar aquela impressão que podia ter mais umas duas ou três faixas, o que seria muito bem vido. E, tirando umas duas faixas somente que não acrescentam tanto à obra, "Fortitude" é um baita disco de heavy metal moderno, que vale a pena ser degustado mais de uma vez para que se pegue suas nuances.
Por sinal, vale a pena, nas próximas escutas, prestar atenção nas linhas de baixo e guitarra em algumas faixas, além de perceber como o vocalista Joe Duplantier está cantando muito bem, seja nos guturais, seja em algo mais ameno. São esses detalhes que, no final, engrandecem o disco. e mostram que, a depender de certas bandas, o rock pesado continuará em boas mãos.
Nota: 8/10
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