DICA DE DISCO ("The Sick, The Dying… And The Dead!" - Megadeth)

 Dica de Disco


Título: The Sick, The Dying… And The Dead!
Ano de lançamento: 2022
Direção:
 Megadeth 



Veterano grupo de thrash metal, o Megadeth mostra um incrível fôlego em seu 16º disco em quase 40 anos de carreira 

Para alguns artistas das antigas, o que vier de bom em termos de produção criativa é lucro. Ainda mais quando se trata de um grupo como o Megadeth, que já laçou trabalhos seminais no passado que (re)definiram o gênero do que estavam inseridos ("Peace Sells... but Who's Buying?" e "Rust in Peace"). Aos trancos e barrancos, passando pelos conturbados anos 90 e chegando aos anos 2000, com mudanças constantes de formação, e problemas graves com alguns de seus ex-integrantes, o Megadeth pode ser considerado um sobrevivente. E, essa instiga de continuar a fazer música está em cada segundo das 14 faixas desse "The Sick, The Dying… And The Dead!". 




A faixa de abertura leva o mesmo nome do disco, e mesmo sendo um bom cartão de visitas, está longe de mostrar a potência do trabalho, o que começa a ficar explicitado com "Life in Hell", a segunda música do disco. Com um trabalho impecável de todos os integrantes (em especial, o guitarrista Kiko Loureiro e o recém-contratado baterista Dirk Verbeuren), a canção tem um refrão que gruda na cabeça quase que automaticamente. 

A composição seguinte, "Night Stalkers", com participação muito bem encaixada do rapper ICE-T, também se destaca pela competência instrumental, bem como a próxima canção, a excelente "Dogs of Chernobyl". Certamente, a segunda, a terceira e a quarta faixas desse discos têm condições de se tornarem novos clássicos da banda com facilidade. 

A quinta composição se chama "Sacrifice", e mesmo que tenha um excelente instrumental, com viradas muito boas, também é outra mais "normal" do disco. A rápida "Junkie" que vem a seguir se sai bem melhor, mais uma vez remetendo aos trabalhos mais clássicos da banda, entre o final dos anos 80 e inícios dos anos 90. Metaforicamente, podemos dizer que "Junkie" é uma locomotiva desenfreada. Thrash metal dos bons, ótima para ser tocada ao vivo. 




A rápida "Psychopath" realmente mostra que a banda está entrosada e em boa forma, e serve como introdução à excelente "Killing Time", que tem uma levada mais cadenciada, mas, não menos agressiva que as demais. E, falando em peso não dá pra não se empolgar com "Soldier On!", faixa que lembra os melhores momentos que a banda teve no passado, mas, fazendo um som contemporâneo. Mais um belo destaque desse álbum. 

"Célebutante" acaba sendo um pouco monótona diante das demais músicas do disco por apresentar um trabalho mais reto, até com algumas variações, mas, não tão empolgante quanto os melhores momentos do disco. Ainda assim, não dá pra criticar a garra da banda, que está entrosada e tocando muito bem aqui, Porém, esse "algo a mais" que o espírito desse trabalho traz vem com a ótima "Mission To Mars", que começa climática, e chega numa composição mais cadenciada. Um dos melhores momentos do álbum, ao lado de algumas das primeiras faixas. 

Apesar da faixa seguinte, "We'll Be Back" entregar exatamente o que se espera de um disco do Megadeth, não dá pra negar que empolga, especialmente, a levada de bateria, bastante competente. E, mesmo que já estejam a um passo do fim do disco, as duas últimas faixas, "Police Truck" e "This Planet's On Fire (Burn in Hell)" são incríveis. Na primeira, Dave Mustaine até se arrisca em uma levada diferente com sua voz, enquanto que a segunda encerra o disco com uma energia incrível, como se essa fossa a faixa de abertura. Belo desfecho. 

"The Sick, The Dying… And The Dead!" mostra que o Megadeth não é uma banda clássica do metal à toa. Revigorada após polêmicas com o seu ex-baixista, ela chega em pleno 2022 com um disco bastante coeso, com faixas que não deixam nada a dever em relação a outras do passado, e prova que a chama do grupo continua acessa. 

"Burn in Hell"!!!



Nota: 8/10

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