Lista de 2022 (discos)

Melhores do ano



Todo ano tem suas peculiaridades no quesito música. Alguns são bons em termos de lançamentos realmente interessantes, e outros não. 

2022, por exemplo, foi um ótimo período para a música, com discos muitos significativos, seja de artistas veteranos, seja dos novatos. 

E teve para todos os gostos. Rap, rock, blues, soul, MPB, enfim. 

Segue, então, minha lista bem dos discos que ouvi e gostei muito em 2022.


20. "Eyes of Oblivion" (Hellacopters)

Os suecos dos Hellacopters, depois de tantos anos sem lançar material inédito (o mais recente deles tinha sido "Head Off", de 2008), voltaram com um discão de rock simples, garageiro e energético. E é tudo o que se precisa saber dos caras. 







19. "Live Garage" (Macaco Bong)

Um dos grandes atrativos do Macaco Bong é que a banda nunca se repete, mesmo dentro de uma Seara, aparentemente, limitada como a música instrumental. Depois de um ótimo (e debochado) disco de covers do "Nevermind", do Nirvana, o Macaco Bong chegou com essa paulada, cuja base é heavy metal puro.






18. "Harry's House" (Harry Styles)

Fazer música pop de qualidade hoje em dia parece que se tornou um grande desafio. Por isso, é bastante satisfatório escutar um artista como Harry Styles, cujo terceiro disco de sua carreira traz uma deliciosa mistura de sons dos outros 80 com algo mais moderno. Um frescor que agrada aos ouvidos.








17. "Revolta" (Katú Mirim)

A história de vida de Katú Mirim está estampada em sua música como um soco no estômago dos reaças. Filha de pai indígena e de mãe negra, foi adotada aos 11 meses de vida, e sempre se preocupou em buscar aprender suas origens, ao mesmo tempo em que confronta o presente. Seu mais recente disco sintetiza tudo isso em som de rap contundente, que não se curva a estereótipos.








16. "1972" (The Black Crowes)

Entre idas e vindas, uma coisa é sempre certa: todo disco que o Black Crowes lança é, no mínimo, acima da média. Este EP aqui, como o próprio título já sugere, é retrô, viajante e muito bem tocado. Ou seja: os Corvos Pretos de Atlanta continuam afiados.







15. "Shining in the Half Light" (Elles Bailey)

A cantora e pianista inglesa Elles Bailey conseguiu fazer um belo disco de blues com pitadas modernas e muito bom gosto. Com interpretações vocais muito boas e um instrumental bem potente, "Shining in the Half Light" mostra que esse tipo de som ainda pode gerar belos e inspiradíssimos trabalhos. 








14. "Close" (Messa)

Certamente, a banda italiana de doom metal Messa foi uma grande surpresa em 2022 com um discaço climático e vigoroso na medida certa, e com alguns elementos "pitorescos" no som aqui e ali. "Pilgrim" é uma das músicas de rock mais interessantes do ano. 









13. "Sal" (Anelis Assumpção)

Lançado em dezembro, quase no apagar das luzes de 2022, "Sal", de Anelis Assumpção, é um disco que passa uma brasilidade bem pulsante, direto na veia, numa diversidade de sons, estilos e vibrações. O álbum, mesmo tendo sido feito de forma coletiva através de diversas parcerias, passa uma sensação de unidade forte. Um trabalho muito bem produzido, para se ouvir de ponta a ponta. 









12. "Crown" (Eric Gales)

O blues vem cada vez se reinventando no mainstream e mostrando talentos como Eric Gales, que traz uma eletricidade rústica e moderna de maneira muito contagiante. E, convenhamos: não dá pra ignorar um disco com a benção de um dos melhores guitarristas norte-americanos da atualidade (o Joe Bonamassa), não é verdade?


11. "Zeal and Ardor" (Zeal and Ardor)

Novidades e sons únicos precisam ser celebrados. Ainda mais quando vem com a qualidade do mais recente álbum do grupo suíço Zeal and Ardor, que traz uma mistura inusitada, que vai da soul music ao black metal sem muita cerimônia. E dá certo (muito). 





10. "The Car" (Arctic Monkeys)

O Arctic Monkeys é o tipo de banda que não faz um disco ruim sequer, mesmo que muitos de seus álbuns sejam bem diferentes entre si. Correndo contra a maré de fazer mais do mesmo, o grupo apostou suas fichas numa sonoridade mais calma e serena, indo na contramão dos seus primeiros (e energéticos) trabalhos. O resultado, mesmo bem diferente do que se convencional como o som do Arctic Monkeys, é sublime. 


9. "Otherness" (Alexionfire)

Desde "Relationship of Command", do At the Drive-in, que uma mistura de melodia, barulho e gritaria não ficava tão boa. Trazendo canção mais bem estruturas do que dos seus primeiros discos, o Alexionfire fez um discão de rock atmosférico e imersivo. Intenso é pouco. 


8. "Habilidades Extraordinárias" (Tulipa Ruiz)

Dificilmente Tulipa Ruiz erra. Todos os discos dela, são, no mínimo, interessantes, e este daqui é um dos melhores de sua carreira, incrementando seu som com letras ainda mais afiadas. Uma artista que ainda tem muito a oferecer na combalida música brasileira atualmente. 



7. "Necropolítica" (Ratos de Porão) 

O Ratos de Porão é uma banda mais do que necessária nos dias atuais. Fazer um disco como "Necropolítica" prova isso. O som está excelente, as letras são diretas e o discurso continua atual como no primeiro disco dos caras, "Crucificados pelo Sistema". Precisa dizer mais alguma coisa?







6. "Dropout Boogie" (Black Keys)

O The Black Keys fez um disco de rock um tanto "confuso" (no melhor sentido) em 2022. É cheio de influências de sons de décadas passadas, mas, ao mesmo tempo, tem a cara de algo moderno e vibrante sem soar simplesmente nostálgico. Um disco que desde que é uma beleza, e dá vontade de ouvir muitas vezes mais. 







5. "ÀdeusdarÁ" (Josyara)

Josyara é um dos diversos nomes para se ficar de olho nos próximos anos. Pelo menos, "ÀdeusdarÁ" é um excelente indício disso. Algumas influências que saltam aos ouvidos: Clara Nunes e Juçara Marçal. Com uma poética afiada e uma sonoridade rústica mesclada com o moderno, não deu outra: um dos discos do ano, sem dúvida. 









4. "Fear of the Dawn" (Jack White)

É meio que chover no molhado apontar o talento de Jack White. Por o melhor mesmo é ir na fé ouvir todos os discos que ele lança. Só este ano, ele colocou no mercado dois discaços: o bonito e acústico "Entering Heaven Alive" e este "Fear of the Dawn". 







3. "Jardineiros" (Planet Hemp) 

Como é bom ter o Planet Hemp de volta. E, não... Não se trata de nostalgia. É que o mundo desde "A Invasão do Sagaz Homem Fumaça" parece ter piorado, e poder ouvir novamente as pauladas pungentes do grupo mostra que não só ainda existe vida inteligente na música brasileira, como também não estamos sozinhos no quesito "revolta". A música "Distopia", por enquanto, já nasce atemporal. 








2. "Only the Strong Survive" (Bruce Springsteen)

O grande Bruce Springsteen dispensa comentários. Ele podia até parar de fazer discos, pois, o que já fez é mais do que suficiente para consolidar uma carreira brilhante. Mas, não obstante, eis que em 2022 ele surge com este belíssimo disco de covers, que traz excelentes versões da era de ouro da soul music norte-americana. Jerry Butler, Dobie Gray, The Temptations, Ben E. King, Commodores, Frank Wilson, Tyrone Davis e The Four Tops são alguns dos homenageados pelo "Patrão". Uma verdadeira aula de boa música. 









1. "The End, So Far" (Slipknot)

O fãs mais hardcore não gostaram. Comercial demais, poucos guturais, etc, etc, etc. Bobagem. O Slipknot pode até não fazer mais discos depois deste, mas, esse trabalho aqui é a prova de que a banda não quer parar no tempo, nem fazer exatamente as mesmas coisas de antes. Falta mais tribais e scratches, ok. Mas, isso já tem nos dois primeiros trabalhos da banda. O que temos aqui é um olhar para o futuro. E um baita disco. 








Menções honrosas

"World Record" (Neil Young)

"Mississipi Sun" (Charlie Musselwhite)

"Oochya!" (Stereophonics)

"Língua Portuguesa" (Tom Zé)

"The Sick, the Dying... and the Dead!" (Megadeth)

"The Mars Volta" (The Mars Volta)

"Entering Heaven Alive" (Jack White)

"Fossora" (Björk)

"Skinty Fia" (Fontaines D.C.)

"Regenerator" (King Buffalo)

"Ateu Psicodélico" (Zé Ramalho)

"Sobre Viver" (Criolo)



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