lista de fim de ano ("piores filmes de 2018")


Piores Filmes de 2018


Não gostar de um filme faz parte da vida de todo cinéfilo. Normal. Mas, também não é o desejável. Afinal, por mais que "alguma coisa" lhe diga que certo filme não será bom, você nutre a esperança de gostar da produção. E, acreditem: não gostar de um filme é frustante, pois todo autêntico amante da sétima arte quer sempre assistir a algo instigante, impactante, e que faça parte das melhores experiências da sua vida. No entanto, assistir a filmes que não lhe agradaram também tem o seu lado positivo, já que é um fator que gera parâmetros. Afinal, se você achar tudo bom, é porque, na verdade, nada é bom.

Com relação a esses filmes aqui, eu não os odeio, sinceramente. Apenas não me impactaram em minha experiência cinéfila. E, é justamente por essa experiência que encontrei muitos defeitos neles. Para quem realmente gostou de alguns dos filmes que estão nesta lista, normal também. Afinal, nada tem que ser unânime, muito menos, na arte.


Me Chame Pelo seu Nome
Direção: Luca Guadagnino
O hype é um negócio complicado. Muitos alardearem este filme como um dos melhores lançamentos da década, rasgado elogios calorosos quanto a ele. No entanto, a despeito dele ter encantado alguma parcela do público cinéfilo, a verdade é que se trata de uma história sem sal, com dois protagonistas sem o mínimo de carisma ou empatia, e um roteiro frouxo, que tenta forçar situações para mostrar o quanto esses personagens são especiais. A direção pouco inspirada não ajuda nem um pouco, também. Um filme raso que se pretende profundo, no final das contas.


Missão Impossível: Efeito Fallout
Direção: Christopher McQuarrie
O apelo da franquia é grande, mas não há como negar que ela já dá sinais de cansaço. Ok, o que queremos ver nesse tipo de filme é muita ação desenfreada e situações enfrentadas por Tom Cruise que sejam "impossíveis", mas, até esses momentos estão poucos inspirados aqui. Depois de uma hora de filme, a narrativa já mostra sinais de cansaço, e algumas situações são constrangedoras de tão risíveis. Se ainda divertisse, vá lá. Mas, nem isso.


15h17: Trem para Paris
Direção: Clint Eastwood
Há muito tempo que o senhor Clint está nos devendo um bom filme. Ultimamente, ele parece ter tomado gosto em ser o garoto propaganda da virilidade, das armas e do patriotismo no cinemão norte-americano. Se ainda tentasse fazer isso com alguma qualidade em seus filmes, até que eles desceriam melhor. Mas, algo que nem este aqui, que além de ter todos esse elementos rasos citados acima, ainda tem um roteiro e uma direção pra lá de burocráticos, simplesmente não dá.


Desejo de Matar
Direção: Eli Roth
Se você, um dia, por qualquer motivo que seja, quiser fazer uma refilmagem verdadeiramente ruim, lamento, mas, Eli Roth chegou na sua frente. O filme original, aquele com Charles Bronson, não era uma maravilha, mas, pelo menos, suscitava um debate interessante e tinha, de certa forma, alguma ética ao abordar um tema tão delicado. Este aqui subverte tudo no pior sentido, tornando-se quase uma apologia aos justiceiros sociais. Some-se a isso atuações vergonhosas e um roteiro que quer se levar a sério fazendo a transição de personalidade do protagonista ao som de AC/DC. De um mau gosto tremendo.


Deadpool 2
Direção: David Leitch
Um filme de Deadpool, a bem da verdade, não tem obrigação com QUASE nada, até porque estamos falando de uma comédia insana de super-heróis. QUASE nada, repetindo. Pois, tem, pelo menos, a obrigação de ser divertido e engraçado. Só que nem isso. Se o primeiro filme já apelava pra draminhas baratos para expandir o universo do personagem nos quadrinhos, nesta continuação, a produção concentra toda a sua atenção num grande (e chatíssimo) drama, pra, nas cenas pós-créditos, inviabilizar toda a história construída. Sem contar que o filme é MUITO sem graça.


Apóstolo
Direção: Gareth Evans
Alguns filmes parece que nasceram pra chocar. E, como acontece na maioria desses casos, as cenas chocantes são apenas para esconder uma produção ruim. Apóstolo até que tenta oferecer algo a mais, porém, a narrativa é tão arrastada, a história tão mal construída e os personagens tão pouco interessantes, que o título desse filme bem que poderia ser "Tédio". Uma prova muito clara de que muito estilo e pouco conteúdo não compensa. Mesmo.  


As Boas Maneiras
Direção: Juliana Rojas e Marco Dutra
É muito bom ver que o cinema de terror nacional está sendo feito, e conquistando público e crítica por aí. Porém, é muito ruim que a maior parte das produções não façam jus a esse entusiasmo todo. E, um desses filmes que tinham tudo pra serem verdadeiras pérolas do gênero, mas se perderam no meio do caminho, foi justamente As Boas Maneiras. Diálogos horríveis, misturados a péssimas interpretações, e uma dupla direção perdida em seus propósitos fazem das duas horas dessa produção um suplício. Que o cinema de terror tupiniquim possa melhorar mais daqui pra frente.


Uma Mulher Fantástica
Direção: Sebastián Lelio
Nem sempre tudo o que reluz é ouro, e nem sempre um tema altamente relevante para a atualidade rende um bom filme. É o que temos com este Uma Mulher Fantástica aqui, que trata do tema da transsexualidade sem sutileza, sem vigor, sem sensibilidade. Inclusive, é estranho também que a personagem, assim como várias outras personagens femininas no cinema, tenha, aqui, o seu corpo explorado e sexualizado como se fosse um tipo de fetiche. Triste ver uma temática de tantas possibilidades se perder num filme tão fraco.


Círculo de Fogo 2: A Revolta
Direção: Steven S. DeKnight
Robôs gigantes no cinema é um negócio que tem potencial pra ser algo tão divertido, e, por isso mesmo, chega a ser vergonhoso que, recentemente, só Guillermo Del Toro entendeu como fazer isso, e nos presenteou com o delicioso Círculo de Fogo. Só que aí veio uma continuação (sem Del Toro), e o resultado foi apenas uma coisa menos pior que a franquia Transformers. Tudo de bom que tinha no primeiro filme foi destruído aqui, e apenas os efeitos especiais estão melhores. Só que falta algo que o diretor mexicano fez muito bem na produção anterior: mesclou boa diversão com um lado mais humano dos personagens (coisa que inexiste em sua fraquíssima continuação).


Sobrenatural: A Última Chave
Direção: Adam Robitel
É inevitável. Pense numa lista de piores filme do ano, e sempre alguns do gênero de terror estarão nele. Neste caso aqui, é uma pema, pois, os dois primeiros filmes da franquia, comandados por James Wan, são ótimos. Mas, depois que este passou a ser creditado apenas como produtor das produções de sua franquia, foi só ladeira abaixo. Sobrenatural: A Última Chave é tremendamente esquecível, usando todos os clichês possíveis e imagináveis para tentar meter medo em uma história pra lá de ridícula. O grande pavor, mesmo, é perder tempo com isso aqui.


The Cloverfield: Paradoxo
Direção: Julius Onah
A (agora) cinessérie Cloverfield nunca foi lá grande coisa, a bem da verdade. tendo alguns bons m,omentos aqui e acolá (em especial, no seu segundo filme). Porém, neste terceiro, que é produção original da Netflix, não teve jeito de mascarar todos os clichês requentados e mal utilizados nesse tipo de história. Personagens totalmente desinteressantes e uma direção sem rumo tornam a experiência de assistir a esse filme uma chatice sem tamanho.


Exorcismos e Demônios
Direção: Xavier Gens
Quem, em sã consciência, consegue assistir filmes de exorcismo nos dias de hoje? Não que o tema não possa ser assustador, mas, parece que os realizadores de filmes porcarias como este aqui parece que não entendem o que é, de fato, alguém sentir medo. Então, tomem-lhe velhos clichês que, hoje em dia, já caducaram, e uma história mequetrefe, que só serve de desculpa para sustos fáceis. Algumas cenas até tentam impactar com certo desconforto, mas, estão longe de fazerem um fã de filmes de terror ficar realmente entusiasmados com isso aqui.


Operação Overlord
Direção: Julius Avery
Será que existe um universo paralelo onde boas premissas rendem bons filmes? Porque é realmente cansativo ver tantos esboços de histórias bacanas filmes bem mais ou menos (no caso de Operação Overlord, mais pra menos, do que pra mais). Personagens ultracaricatos, chatos, sem peso, misturados com uma história arrastada, e que ainda quer ser forte apelando pra muito gore. O problema desse tipo de produção é tentar ser divertido forçando situações que poderiam ser mais naturais. Uma ou outra cena empolga, mas, no geral, a coisa é muito ruim.


Predador
Direção: Shane Black
Qual a intenção de ressuscitar uma franquia como Predador? Só pra mostrar mais sangue, e nada mais? Porque a única novidade mesmo é uma alternativa chinfrim no final, que vai tirar, ao longo das continuações disso aqui, todo o terror do universo. Sem contar dos diálogos toscos e machistas que pipocam aqui e acolá, e uma história pra lá de fraca, que apela pra todos os clichês possíveis, tentando dar ar de "novidade". Picaretagem pura.


Deus Não Está Morto 3: Uma Luz na Escuridão
Direção: Michael Mason
Parece implicância com a comunidade cristão colocar um filme gospel como pior do ano, mas, não é. Afinal, se a verdade vos libertará, a verdade é que todos os filmes dessa franquia são horrivelmente ruins por um motivo curioso. Não se trata de más atuações, má direção, ou coisas do tipo. A questão central está no roteiro, de uma falcatrua moral e de uma desonestidade que fica impossível não torcer o nariz a cada forçação de barra que as histórias desses filmes promovem. Como cinema, em si, muito mediano. Como instrumento válido de reflexão, nota zero. Amém.

Comentários