Especial de Fim de Ano


Assim como no cinema, a música em 2015 teve alguns pequenos ótimos momentos, mas, nada de realmente extraordinário. Apesar disso, o pouco que se destacou, foi por merecimento. São discos como muita energia e até algum grau de novidade (e, por que não?, estranheza). Então, confiram agora os 10 melhores sons desse ano para colocar no play (de preferência, no volume máximo).


Melhores Discos de 2015


10º 
Álbum: "The Hollywood Vampires" 
Artista: The Hollywood Vampires
O que dizer de um projeto que reúne, entre outros, Alice Cooper, Joe Perry (guitarrista do Aerosmith) e o ator Johnny Depp? Diversão pura! E, é com essa proposta que o primeiro álbum deles é um discão. Aqui, encontramos, além de canções próprias, como a ótima "Raise the Dead", covers mais do que competentes de "My Generation" (The Who) e Whola Lotta Love (Led Zeppelin). É para nenhum roqueiro saudoso botar defeito. PS: fizeram um showzaço no Rock in Rio desse ano!



9º 
Álbum: "Morte e Vida"
Artista: Banda Eddie
Aqui, temos um clássico caso de disco que demora um pouco pra fazer "efeito". Isso porque as primeiras músicas dele são ótimas ("Queira Não", "Quebrou, Saiu e Foi ser Só", "Essa Trouxa Não é Sua", "Longe de Chegar" e "Morte e Vida"), e as restantes nem tanto (casos das chatas "Tentei te Ligar" e "Meu Coração"). Mas, dê umas chances a mais, e outras canções como "Pedrada Certeira" e "Carnaval de Bolso" caem redondinhas. Um disco bem melhor do que "Veraneio", trabalho anterior da banda.




8º 
Álbum: "A Mulher do Centro do Mundo" 
Artista: Elza Soares
Depois de tantos bons serviços prestados à MPB com sua grande voz, não haveríamos de esperar mais nada de Elza Soares, certo? Errado! Pois, em 2015, eis que ela surge com um trabalho (não tenho outra palavra para descrever) raivoso. Mas, não somente. Com um discurso afinado dos novos tempos em que a mulher busca mais emancipação e direitos básicos, Elza dá voz à uma geração feminina, mostrando, com a categoria de sempre, músicas fortes e refinadas. "Pra Fuder!"



7º 
Álbum: "VII - Strum und Drang" 
Artista: Lamb of God
Na seara quase sempre monocromática do heavy metal, é muito bom quando encontramos bandas que tentam se diferenciar. O Lamb of God, ao lado do Mastodon, são duas bandas norte-americanas que já vem mostrando um incrível trabalho nesse sentido há algum tempo. Depois de muita turbulância, o Lamb lanço este ano o seu disco mais completo, mais cru, e mais rico musicalmente, se é que isso é possível. Ora brutal, ora introspectivo, o álbum é um deleite para os ouvidos.




6º 
Álbum: "No Cities to Love" 
Artista: Sleater-Kinney
Não é fake; é atitude, meu bem! Uma banda só de mulheres com ares grunge, e um discurso feminista afinado. As meninas da banda têm o que dizer porque não ficam só nas palavras; possuem projetos fora do grupo ligados aos direitos das mulheres. O som deste álbum, mais requentado, mas, não menos pungente, que os anteriores, é muito fácil de ouvir (e, gostar). Sobra competência e talento em cada faixa, com destaque para "Prince Tag" e "Fangless".



5º 
Álbum: "Bad Magic" 
Artista: Motorhead
Que o "guerreiro imortal" Lemmy está cansando, isso está visível, infelizmente. Mesmo assim, com algumas dessas últimas forças, o seu Motorhead colocou na praça um discaço de rock com a marca registrada da banda: peso, velocidade e carisma. Sem contar a excelente versão para "Sympathy for the Devil", dos Rolling Stones. A chama de Lemmy pode estar se apagando, mas a sua música continua poderosa.



4º 
Álbum: "Dancê" 
Artista: Tulipa Ruiz
Depois de um primeiro disco muito bom, e um segundo nem tanto, o próximo lançamento de Tulipa Ruiz seguiu como uma incógnita. Chega, então, "Dancê", e a comprovação de que ela recuperou o "Prumo" (parafraseando a primeira faixa do trabalho). Com sonoridade bem cuidada, mas, autenticamente, inusitada, a cantora solta a voz em canções mais irônicas do que em seus álbuns anteriores. Podem ficar sossegados; Tulipa Ruiz continua uma artista confiável.



3º 
Álbum: "Estratosférica" 
Artista: Gal Costa
Pois é, meus caros, 2015 foi o ano das cantoras, que deram um banho de discos bem produzidos, refinados e críticos, acima de tudo. Gal Costa, por exemplo, coloca no chinelo medalhões da antiga MPB que se perderam na auto-indulgência, como Caetano, Gil e Chico Buarque. "Estratosférica" tem a energia e a atitude do rock, mas, também a finesse de um bom jazz. Tudo embalado pela voz sempre monumental de Gal. Ouça "Sem Medo Nem Esperança" e comprove.



2º 
Álbum: "Anganga" 
Artista: Juçara Marçal e Cadu Tenório
Não bastasse Juçara Marçal ter lançado o melhor dico brasileiro de 2014, "Encarnado", agora, ela repete a dose em parceria com o instrumentista Cadu Tenório. Trata-se de um disco curto, climático, estranho, até. Por isso, é preciso entrar no "clima", e escutá-lo com calma, e encontrará força e fé dos ritos africanos explodindo no tempo e espaço. Uma aula de música experimental. Chato pra uns, maravilhoso pra outros. Prefiro a segunda opção.



1º 
Álbum: "Dodge & Burn" 
Artista: The Dead Weather
E, o senhor Jack White conseguiu de novo. Desde a época do White Stripes, que ele mostrava muita criatividade. Foi sair da banda que o consagrou, que ele vem lançando discaços em cima de discaços, seja em seus projetos paralelos, seja em carreira solo. Aqui, junto à cantora Alison Mosshart, do The Kills, coloca o terceiro disco do The Dead Weather nas lojas. O resultado é o de sempre: um rock'n roll potente, com uma riqueza rítmica digna de aplausos. Todas as canções são intensas; nenhuma é descartável. É, mais uma vez o danado do Jack conseguiu. Qual o segredo dele?



OBS: todos os discos dessa matéria estão disponíveis no Youtube para audição completa.


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