Lista (Melhores discos de 2021)

Lista de fim de ano


Assim como 2021, a música (a boa, pelo menos) foi caótica. 

Caótica, porém, no bom sentido. Ou seja, mesmo na pandemia, o talento de muita gente não ficou a desejar em relação a anos anteriores. 

E, mesmo que não tenha sido lançado nenhum álbum realmente impecável em todos os sentidos, ou até mesmo "revolucionário", muitos artistas soltaram trabalhos competentes e de bastante bom gosto. 

Vamos, então, à minha playlist favorita desse ano que passou. 


15. "Hushed and Grim" (Artista: Mastodon)


Mais uma vez, o Mastodon soltou um disco que precisam de tempo pra ser degustado em todas as suas texturas e possibilidades. E, ainda assim, consegue ser mais bem resolvido do que o anterior dos caras, o insosso "Emperor of Sand". Em suma: mesmo após tantos anos de estrada, o Mastodon continua ditando como o metal pode sair da mesmice. 

14. "OxeAxeExu" (Artista: BaianaSystem)



O BaianaSystem é um desses casos em que toda vez que lançam um trabalho novo, "perigam" figurar entre os melhores do ano. Dito e feito, e tradição mantida. Com uma mistura bem azeitada de ritmos, a banda trouxe alguns convidados ilustres como BNegão e Chico César, e algumas canções excelentes (brasileiras e cosmopolitas em proporções iguais). Escutem "Reza Forte" e "Dança de Airumã" e comprovem. 

13. "Aphelion" (Artista: Leprous)



Assim como o Mastodon faz há um bom tempo, o Leprous vem lançando trabalhos muito interessantes e que apontam caminhos mais criativos para o rock pesado, especialmente, para os grupos que adoram dar uma de progressivos (Dream Theather, aprendam de vez!). Certo mesmo é que não dá pra pegar tudo que este disco do Leprous tem a oferecer. E a cada audição, fica melhor. 

12. "#câmaraeco" (Artista: Júnior Cordeiro)


Alguns artistas possuem as referências certas pra fazerem um trabalho totalmente autoral, mas, que não negam suas influências. No caso do Junior Cordeiro, a maior dessas influências, a que saltam aos ouvidos é Alceu Valença e toda aquela turma da década de 70, que primava por uma poético toda particular, das suas terras. E é isso o que dá pra escutar nesse trabalho aqui. Um baita disco. 


11. "Raise The Roof" (Artista: Robert Plant e Alison Krauss)



Robert Plant, felizmente, sempre se distanciou do seu trabalho no Led Zeppelin, o que permitiu com que explorasse outras vertentes sonoras, ainda mais amplas do que a sua antiga banda conseguia amalgamar. Fora que o veterano cantor e compositor sempre busca por parceiros e parceiras à altura do seu talento. É o caso, por exemplo, de Alison Krauss. Resultado: um disco calmo, sereno e gostoso de ouvir. Especialmente nesses tempos. 


10. "Samba Delta Blues" (Artista: Juçara Marçal)



Juçara já tinha lançado o melhor disco brasileiro da década em 2014, o "Encarnado", e é claro que a expectativa para um novo trabalho seu era alta. Se esse disco não chega à maestria do anterior, ao mesmo, não decepciona. Muito pelo contrário. Só é preciso escutar com mais atenção pra sacar todas as referências que ela colocou em cada faixa. Discão com a assinatura de Juçara. 

09. "No God No Masters" (Artista: Garbage)



Depois de tantos anos, e com uma carreira até legal, sendo o primeiro disco uma pérola dos anos 90, será que o Garbage ainda tinha algo a dizer? Bem, tem sim. Com um trabalho mais politizado do que nunca, a banda continua afiada, tendo ainda o carisma da cantora Shirley Manson. Disco pra se mexer, dançar, bater cabeça e se revoltar na medida certa. 


08. "Olho de Vidro" (Artista: Jadsa)



Pra quem tinha saudade dos geniais trabalhos do Itamar Assumpção, pode correr sem medo pra escutar esse novo trabalho de Jadsa, o "Olho de Vidro". Com uma voz e um som bem minimalistas, mas, com letras bem sacadas, a cantora e compositora baiana de apenas 26 anos soltou um dos discos mais legais do ano. Pra escutar em um dia tranquilo e viajar. 

07. "Typoons" (Artista: Royal Blood)



O White Stripes já havia mostrado que não são necessários muitos instrumentos pra se fazer um som poderoso. Apenas com dois integrantes (o vocalista e baixista Mike Kerr e o baterista Ben Thatcher), o Roayl Blood embarca nessa onda. Após discos de rock muito bons e pesados, eles apostam em algo mais dançante no novo álbum, e o resultado é surpreendentemente bacana. 

06. "Meu Coco" (Artista: Caetano Veloso)

O que esperar de Caê a essa altura do campeonato, não é verdade? Pois bem, muita coisa. A começar pelo fato de que ele continua mostrando ser um artista tão criativo e inquieto quanto outro contemporâneo seu, o Tom Zé. O resultado dessa inquietude é "Meu Coco", um disco moderno, mais ficando em raízes muito bem delimitadas pelo cantor e compositor baiano no decorrer de décadas. 


05. Mdou Moctar: “Afrique Victime”



Imaginem um Jimi Hendrix tuaregue, com o peso das guitarras distorcidas e viajantes dos anos 60 e 70, mas, com elementos nativos de países africanos. Mahamadou Souleymane (ou simplesmente Mdou Moctar) consegue essa proeza, e agora em 2021, parece ter chegado ao auge, com o incrível "Afrique Victime". Um dos discos mais rock'n roll do ano. 

04. "Nordeste Ficção" (Artista: Juliana Linhares)



A potiguar Juliana Linhares mostra todo o seu talento, bom gosto e elegância em um disco que é MPB, é regional, é rock, é tudo. Mas, é, acima de tudo, prazeroso. Numa convergência de ritmos, a Linhares. Há verdadeiras preciosidades aqui, como a faixa título e "Aburguesar".  Se essa é a "nova MPB", então, estamos bem, obrigado. 


03. "Fortitude" (Artista: Gojira)


Melhor disco de rock pesado do ano, "Fortitude" é a prova de que se depende se bandas como o Gojira, o estilo terá um futuro promissor. Com um estilo mais próprio, mas, ao mesmo tempo, não escondendo influências como a do Sepultura, o grupo italiano está no auge. E, merecidamente. 


02. "Tupã-Rá" (Artista: The Baggios)



O The Baggios é o tipo de banda que precisa ser mais conhecida por quem realmente gosta de música brasileira sem fronteiras. Com uma abordagem bastante setentista, mas, ainda soando moderna, ela lançou o melhor álbum brasileiro de 2021, possuidor de um som que não se rende a modismos, e que transpira vitalidade. Discaço incontestável. De Sergipe para o mundo e para os nossos ouvidos. 


01. "Time Clocks" (Artista: Joe Bonamassa)


Joe Bonamassa nunca lançou nada de ruim, com todo (absolutamente TUDO) sendo acima da média. Mas, faltava um trabalho que fosse consistente do início ao fim. E eis que temos "Time Clocks", um disco estupendo de rock e blues, que passeia por muitas vertentes desses gêneros, e ainda consegue ser bem autoral. Escute o disco, e fique com um sorriso de orelha a orelha.








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