Lista

10 Discos "Punk de Verdade"

Queiram ou não queiram os mais "puritanos". mas, verdade mesmo é que o punk salvou o rock de uma certa letargia que já estava começando a tomar conta do estilo na década de 70. Não que o Progressivo, que reinava à época, fosse ruim. No entanto, aquele espírito roqueiro dos primórdios, o que era, em essência, urgente e contestador, estava se perdendo. Eis que, em meados dos anos 70, o punk estoura, e junto com ele, uma bem-vinda revitalização do rock'n roll. Esta lista que segue contempla não somente a "fase de ouro" do punk, mas, também os petardos que viram antes e depois, entre influentes e influenciados.

"One, two, three, four... Let's go!"



10º 
"Warehouse: Songs and Stories" (1987)
Hüsker Dü
A Hüsker Dü pode não ser amplamente conhecida hoje em dia, mas, deixou um incrível legado dentro do rock independente, principalmente, dos anos 80 pra cá. Isso porque o grupo nunca se rendeu ao corporativismo e às pressões do mercado, mesmo quando foi contratada por uma grande gravadora, a Warner. E, foi por ela que a Hüsker Dü lançou seu derradeiro trabalho, este fenomenal álbum duplo que é punk tanto na estética, como na essência. 


"Bleach" (1989)
Nirvana
      
Antes do estouro mundial com "Nevermind" e ainda com o baterista original, Chad Channing, que depois iria ser substituído por Dave Ghrol, o Nirvana estreou com esta verdadeira  pancada sonora. O disco foi gravado em apenas dois meses e custou irrisórios U$ 606,17. Mas, foi o suficiente para a banda mostrar que, longe dos grupos de metal farofa que tomaram os anos 80 de assalto, o rock ainda tinha jeito. O resto é história.


 
"Kick Out the Jams"
MC5
"Kick out the jams, motherfuckers!" Era assim que se iniciava a música que dá título a este álbum do MC5. O que não é pouco, afinal, estamos falando do finalzinho da década de 60, e é claro que essa "singela" frase foi censurada à época. É interessante notar também que a banda só havia lançado dois compactos antes de "Kick out the Jams", mas, foi se notabilizando pelas explosivas apresentações ao vivo, o que deu a chance do primeiro disco deles por uma grande gravadora ser nada menos do que um álbum ao vivo (algo, até então, inédito). Nada mais punk!


"Recipe For Hate" (1993)
Bad Religion
      
Mais um caso de uma banda underground a quebrar as barreiras do mainstream, e alcançar um grande sucesso (mas, mesmo assim, permanecer com sua essência intacta). Isso se deve porque, até hoje, a Bad Religion sempre conseguiu manter uma enorme integridade artística, sendo respeitada tanto pelo pessoal mais alternativo, quanto por gente mais famosa. E, neste disco, além do punk, podemos encontrar ecos de alternativo, folk e até country. No entanto, o punk está lá, intacto, seja nas letras, seja na provocativa capa. Punk, enfim.


 
"Killers" (1981)
Iron Maiden
      
Hoje, o Iron é considerado um ícone máximo do metal, e isso se deu após a entrada da carismático Bruce Dinckison, no badalado álbum "The Number of the Beast", em 1982. Mas, antes disso, com Paul D'ianno nos vocais, a banda era, em essência, punk, só que com um som bem mais trabalhado. Este é o segundo disco deles, e mesmo já possuindo elementos que iriam caracterizar o Iron Maiden para o resto da vida, tinha aquele ar urgente que só os bons álbuns de punk possuem.


"Funhouse"
The Stooges
      
Antes do punk surgiu como estilo, depois da metade da década de 70, uma banda e seu icônico vocalista ser os mais punks que o mundo já viu. Para os Stooges e Iggy Pop não havia limites. Os shows eram sempre carregados de todo tipo de loucura, e hoje, incrivelmente, indagamos como Iggy Pop conseguir sobreviver a tudo isso. "Funhouse", que é o segundo disco deles, é o catalizador máximo disso, mais parecendo a trilha sonora do fim do mundo. A cacofonia insana de "L. A. Blues" comprova muito bem isso.


"Fresh Fruit for Rotting Vegetables" (1980)
Dead Kennedys
      
O primeiro registro do Dead Kenndys pode ser considerado um divisor de águas. Ao contrário do punk britânico, que recebia ampla cobertura da mídia, muitos lugares nos EUA ainda estavam se iniciando no ritmo dos três acordes. Foi o caso de São Francico, terra natal do Dead Kennedys. E, foi aos poucos, gravando um single aqui e outro acolá, que finalmente a banda estreou com um registro cheio, o poderoso “Fresh Fruit for Rotting Vegetables”. Com músicas extremamente críticas, o lançamento do álbum, que coincidiu com o início da era Reagan, pode ser facilmente descrito como o verdadeiro início do hardcore.


"Never Mind the Bollocks Here's the Sex Pistols" (1977)
Sex Pistols
      
Tudo bem, os Sex Pistols foram uma (bela) estratégia de marketing do empresário Macolm Mclaren, que formou a banda no quintal de sua loja. Sim, quase todos os integrantes não eram exímios músicos, em especial, a "lenda" Sic Vicious. Ah, e a atitude de Johnny Rotten era poser e fake em demasia. Mas, incrivelmente, juntos, deram certo. Houve química. E, apenas com um disco lançado mudaram a cara do rock pra sempre. Não dá pra negar: foi formidável (e, muito punk).


 
"Rocket to Russia" (1977)
Ramones
Muitos citam o primeiro da banda ou o segundo ("Leave Home") como seu disco preferido dos Ramones. Mas, foi com o terceiro registro (este "Rocket to Russia") que o grupo chegou à perfeição. Várias músicas aqui se tornaram hits nos shows da banda, como "I Don't Care" e "Sheena is a Punk Rocker" (esta, sendo a preferida de Joey Ramone). Inclusive, a fotografia da capa, feita por Danny Fields (então empresário da banda) era uma autoparódia do primeiro disco e foi tirada em um beco atrás do CBGB’s. Um álbum que simplesmente ficou na história e que, ainda hoje, consegue influenciar 9 entre 10 bandas que pretendem ser punks.


"London Calling" (1979)
The Clash
      
Irretocável do começo ao final, "London Calling" foi o auge do The Clash em termos de criatividade. Nele, podemos encontrar os mais variados estilos (do ska ao rockabillie), mas, sempre com a veia contestadora do punk. Detalhe: o disco era duplo, só que, por exigência da banda, a gravadora o vendeu pelo preço de um LP simples. Uma pequena história para provar o porquê da banda ser o que foi: punk até a medula. 

Comentários

  1. Postagem bem interessante, mas Nirvana e principalmente Maiden como punk é dar uma boa forçada. No máximo, bandas com elementos punk, mas ai poderíamos botar uma tuia, sobretudo de thrash metal (Among the living do Anthrax e Reign in blood do Slayer, por exemplo). O killers é de 82 (de 80 é o debut, homônimo); e não vejo tanta diferença assim no estilo da banda de DiAnno para Dickinson. Não a ponto de se falar numa mudança de estilo/gênero (de punk para metal). Por fim, nunca consegui realmente gostar de punk. Do estilo, gosto do Offspring antigo, um bucadinho do Green Day antigo e acho que mais do que a contestação, o legado foi o faça você mesmo, no sentido de que todo mundo poderia tocar. Pink Floyd é muito contestar, ao seu modo, mas num é para qualquer um ouvir, que dirá tocar.
    Ah, comprei esse do The Clash na promoção, ouvi pouquíssimo e nunca consegui realmente curtir. Ramones acho horrível (com todo respeito).

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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