Dica de Disco ("THE RISE OF CHAOS" - ACCEPT)

Dica de Disco

The Rise of Chaos
2017
Artista: Accept


"THE RISE OF CHAOS" É MAIS UM ÓTIMO DISCO DO ACCEPT, MESMO PERDENDO UM POUCO DE FÔLEGO EM SUA PARTE FINAL

Depois de sua volta triunfal em 2010, com "Blood for the Nations", o Accept vem mantendo uma boa regularidade ao lançar, pelo menos, a cada dois anos, um disco que exige respeito. Foi assim com os petardos "Stalingrad" (2012) e "Blind Rage" (2014). 

E, agora, eis que temos mais um novo trabalho do grupo no mercado, e se não é um álbum pra ser chamado de clássico (pelo menos, ainda), mantém o nível do bom e velho heavy metal lá em cima. 

Afinal, estamos falando de veteranos do naipe de Mark Tornillo (vocal), Wolf Hoffmann e Herman Frank (guitarras), Peter Baltes (baixo) e Stefan Schwarzmann (bateria), e, é bom falar, todos continuam afiadíssimos em suas respectivas funções, o que torna o Accept uma das melhores bandas antigas ainda em atividade.

Voltando a "The Rise of Chaos", o que vamos encontrar aqui é o Accept de sempre, e isso é muito bom. Sem muita invencionice, o disco explora o vigoroso heavy metal que a banda nunca deixou de fazer, e que, por isso mesmo, tornou-se tão vindoura. 

Escutamos desde dedilhados empolgadíssimos de Hoffmann e Frank, até grandes entonações por parte de Tornillo, passando, claro, pela cozinha poderosa de Baltes e Schwarzmann. A imagem da capa é um primor, a cargo do artista húngaro Gyula Havancsák. "Mas, e as músicas, em si?" Estão quase todas excelentes, com exceção de uma ou outra que meio que "puxam o freio de mão", e acabam ficando um pouco monótonas, principalmente, nas últimas canções que compõem o trabalho. 




"The Rise of Chaos" começa a mil por hora, com "Die by the Sword". Música completa, muito bem executada, com refrão forte, épica, enfim. Ótima para shows. Na mesma pisada vai a composição seguinte, "Hole in the Head", cujo refrão também empolga, embalada por um instrumental vigoroso. 

Surge, então, a canção que dá título ao disco, e se trata de uma baita canção. Mais acelerada que as duas anteriores, ela é a prova de que o Accept está longe de pendurar as chuteiras. Em suma, a tríade de músicas que abre "The Rise of Chaos" é irretocável. 

Dito isto, logo em seguida, vem aquela que é séria candidata a melhor do álbum: "Koolaid". Apesar de mais lenta e cadenciada, ela é bastante competente em todos os sentidos, e ainda possui o melhor refrão de todo o disco. Nasce um novo clássico da banda. Só na quinta faixa, "No Regrets", é que o trabalho, pela primeira vez, não empolga tanto. Trata-se de uma boa composição, mas, que não está à altura das demais.

O poderio do Accept volta com a ótima "Analog Man", que, no refrão, lembra um pouco o AC/DC oitentista, o que não é nenhum demérito, diga-se de passagem. Ao contrário: dá ao ouvinte uma forte e bem-vinda nostalgia. Mais uma composição com peso e qualidade inquestionáveis. 

"What's Done is Done" não mantém o mesmo nível de outras canções do disco em termos de "carisma". Bem executada, mas, não vai muito além disso. "Worlds Colliding" não é excepcional, mas, é mais bem construída e tem mais punch que a anterior, principalmente, em seu refrão. Já, com "Carry The Weight", não tem jeito. A composição é muito igual a tantas outras presentes neste disco, sem brilho próprio. 

A derradeira música do álbum, "Race To Extinction", encerra este trabalho com o peso a a energia necessários, mas de forma não tão cativante quanto o início do disco. Um bom final, mas, que poderia ter sido mais marcante.



Saldo? Bem, sem dúvida, "The Rise of Chaos" é o mais "fraco" disco que o Accept lançou depois de seu recente retorno. O que não significa que se trate de um trabalho ruim (ou, sequer, mediano). É que, para um banda desse nível, o que os fãs esperam é sempre algo bem acima da média, beirando a perfeição (coisas que tivemos com "Stalingrad" e "Blind Rage"). 

Mesmo assim, "The Rise of Chaos" é um álbum bastante envolvente, empolgante e pesado (em especial, a sua primeira metade, um verdadeiro petardo aos ouvidos). E, apesar da parte final do disco deixar a desejar em comparação ao seu início, ainda temos, como um todo, um trabalho vigoroso, de heavy metal old school, sem invencionices, ou algo que possa descaracterizar o clássico som do Accept. 

Podem aumentar o som para o volume 10, sem medo!


NOTA: 8/10


Comentários

  1. Só uma correção: The Rise of Chaos não conta com Herman Frank e Stefan Schwarzmann nas gravações - pois ambos saíram no final de 2015 após o fim da turnê de Blind Rage (2014). Neste álbum eles foram respectivamente substituídos por Uwe Lulis e Christopher Williams (que entraram no Accept em 2016). O resto da banda continua o mesmo: Mark Tornillo, Wolf Hoffmann, Peter Baltes e o produtor Andy Sneap, que também produziu os outros três discos anteriores da fase atual do Accept.

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