Lista


20 Videoclipes Arrojados(e Fantásticos)



Hoje, o mercado de videoclipes está um tanto escasso, e até a emissora que neles uma grande mola motriz, a MTV, passa por uma crise. Mas, houve um tempo, não tão distante assim, em que os clipes eram relevantes para um artista tanto quanto a suia música em si. Muitos, inclusive, marcaram gerações, e hoje, são lembrados com afeto por quem viveu essas épocas. Por isso, seguem uma lista com aqueles clipes mais impressionantes, que foram importantes em algum momento para os seus respectivos artistas, e que, fora isso, são fantásticos e até arrojados.


20°
"You Only Live Once"
The Strokes
O disco "Firt Impressions of Earth" não foi só um divisor de águas na carreira do Strokes, como também possibilitou a banda explorar melhor a possibilidade dos videoclipes, a maioria só mostrando o grupo tocando ao vivo. Em "You Only Live Once", música e vídeo se completam em imagens um pouco angustiantes, aonde a banda, literalmente, vai afundando. Seria uma metáfora? Certo mesmo é o que clipe dispensa comentários.


19°
"Californacation"
Red Hot Chilli Peppers
Verdade que o Red Hot sempre foi de fazer clipes um tanto "diferentes", na realidade, bem inusitados. Mas, nenhum chegou aos pés de "Californication", cujo conceito de videogame caiu como uma luva para o som relaxante da canção. Os diretores dele são o casal Jonathan Dayton e Valerie Faris, os mesmos que hoje também estão no cinema, e fizeram o sensível filme "Pequena Miss Sunshine". Já o conceito por trás do vídeo de "Californication" é amplo (da deterioração doa sociedade ocidental à referência de ícones pop, como Kurt Cobain). Tudo fantasticamente mesclado em ações bastante detalhistas, como se fossem realmente as "fases" de um game.


18°
"Tonight, Tonight"
Smashing Pumpkins
Este é mais um dirigido por Jonathan Dayton e Valerie Faris. "Tonight, Tonight" foi composta no auge do Smashing Pumpikins em termos de criatividade, e o clipe da música não poderia ser diferente. Fazendo uma belíssima homenagem aos filmes mudos do diretor francês Georges Mèliès, em especial, ao pioneiro "Viagem à Lua", o vídeo usa de técnicas modernas para emular os efeitos do início do cinema, e o resultado é nada menos do que fascinante.


17° 
"Bitter Sweet Symphony"
The Verve
"Bitter Sweet Symphony" foi um dos videoclipes clássicos dos anos 90, mas, cuja música foi um plágio. Na verdade, a banda utilizou um sample de bateria da canção “The Last Time”, dos Rolling Stones, sem  autorização dos mesmos, resultando em um processo judicial onde os Stones sairiam ganhando. Independente disso, este clipe fez muito sucesso. Tecnicamente muito simples, suas gravações foram feitas em apenas dois dias, com o diretor Walter A. Stern filmando em dois planos contínuos. Bom dizer que a maioria das pessoas que levaram o “esbarrão” do cantor no vídeo não eram figurantes.


16°
"Homesick Subterranean Blues"
Bob Dylan
Pioneiro em vários momentos de sua carreira, coube a Bob Dylan ser o primeiro artista a ter um videoclipe, digamos, conceitual. Segurando diversas placas cada uma com uma palavra diferente, o vídeo pode ser interpretado por inúmeros perspectivas (e, todas, interessantes). Tais palavras foram escritas, entre outras pessoas, pelo próprio Dylan e o poeta da geração beat Allen Ginsberg, que é quem aparece ao fundo do clipe. Pra quem não sabe, ele foi gravado em 1965 para ser usado como trailer e tomada de abertura do documentário "Don't Look Back".


15° 
"Mary Jane's Let's Dance"
Tom Petty and the Heartbreakers
Tom Petty já era quase um veterano do country blues rock em 1993. Mas, ele será para sempre lembrado devido a este icônico clipe, cuja música está num greatest hits que ele e sua banda haviam lançado pouco antes. O amor platônico entre um agente de necrotério (o próprio Petty) e uma das pessoas mortas que ali estavam ("interpretada" pela atriz Kim Basinger), escapa do bizarro para se mostrar até comovente. Uma das cenas, em que ela está com um vestido de casamento remete ao livro "Grandes Esperanças", de Charles Dickens. O enredo do clipe ainda tem semelhanças com o filmes francês "Cold Moon" e um conto curto de Charles Bukowiscki, "The Copulating Mermaid of Venice".


14° 
"Like a Player"
Madonna
Hoje, a "rainha" do pop pode ser apenas uma vaga sombra do que já foi, mas, teve um tempo em que não somente suas músicas eram relevantes, mas, também, os seus videoclipes. E, ainda tinham, por hábito, causarem, uma boa polêmica. Com "Like a Player" não poderia ser diferente. A MTV norte-americana o considerou "o mais controverso da carreira de Madonna". Claro que por utilizar símbolos católicos, o clipe foi duramente condenado pelo Vaticano também. Além disso, a marca Pepsi teve inúmeros problemas quando utilizou partes de "Like a Player" para um comercial televisivo, sofrendo com diversos protestos, entre eles, ameaças de boicote à marca.


13° 
"Hey Boy Hey Girl"
The Chemical Brothers
Nos anos 90, muitos grupos provaram que a música eletrônica podia ir além de um mero "bate-estaca". O Chemical Brothers mereceu destaque por fazer um som em que mesclava diversas influências, além de seus clipes, geralmente, formidáveis. Este "Hey Boy Hey Girl", com certeza, é o melhor da dupla, e se trata de uma bela metáfora da vida noturna, aonde, muitas vezes, as pessoas não têm identidade. E, que melhor maneira de representar essa uniformidade do que fazer um (literal) raio X de todos? A sequência de esqueletos dançando na pista é estonteante.


12° 
"Seven Nation Army"
The White Stripes
Talvez, uma das últimas bandas de rock relevantes do mainstream era composta apenas por duas pessoas, cujo som era simples, mas, poderoso. Os clipes, em geral, acompanhavam essa energia, sobretudo "Seven Nation Army". O vídeo, basicamente, resume-se a Jack e Meg tocando com imagens sobrepostas bastante psicodélicas. E, é justamente esse tipo de simplicidade que torna esse clipe tão bom. Curiosidade: no início do terceiro verso, Jack White aponta para a mão, "mostrando de onde ele é". É que o estado de Michigan (terra natal do guitarrista) é moldado como se fosse uma luva, e é um costume local apontar para um ponto na sua mão para mostrar de onde se nasce.


11°
"Do the Ecolution"
Pearl Jam
"Do the Evolution" não é só uma música empolga com um fantástico clipe. Pra começo de conversa, ele marca a volta da banda aos videoclipes depois de um hiato de vários anos sem fazerem nada desse tipo para promoverem sua música. Porém, engajado do jeito que o grupo sempre foi, eles tinham que fazer diferente, e o clipe nada mais é do que uma incrível animação mostrando o cerne da música: a evolução (ou seria a "involução"?) dos seres humanos ao longo de sua trajetória. O provocativo desenho animado é feito pelo desenhista Todd Macfarlane, criador do personagem Spawn, o Soldado do Inferno. Não tinha como "Do the Evolution" dar errado.


10° 
"Megalomaniac"
Incubus
A bem da verdade, o Incubus nunca fez um grande sucesso, apesar de possuir músicas até competentes. Mas, com a canção "Megalomaniac", eles, por um curtíssimo espaço de tempo, alcançaram o status de gente grande, principalmente, devido ao seu ousado videoclipe. A estética perturbadora do clipe não é novidade, visto que ele foi dirigido pela Floria Sigismondi, que tem entre seus trabalhos, vídeos igualmente insanos, como "Beautiful People", do Marilyn Manson. Com críticas certeiras aos cultos religiosos, quase messiânicos, e à guerra, e respirando revolta por todos os poros, "Megalomaniac" é um dos mais primorosos vídeos musicais dos últimos anos.


 
"A Minha Alma (A Paz que eu Não Quero)"
O Rappa
O Rappa já era conhecido por seu trabalho de conscientização social, dentro e fora da música. Portanto, seus videoclipes terem esse viés crítico não é novidade. Porém, o de "A Minha Alma" tem tanta força que acabou virando, talvez, aquele que seja o melhor clipe brasileiro de todos os tempos. Dirigido por Kátia Lund, Breno Silveira e Paulo Lins, o projeto deve-se muito aos atores mirins do grupo social “Nós do Morro”, fundado em novembro de 1986, no Morro do Vidigal, Rio de Janeiro, e que representam, de forma brilhante, toda a injustiça social que cerca o Brasil. Ainda hoje, "A Minha Alma" é uma obra chocante.


"Another Brick in the Wall"
Pink Floyd
A música "Another Brick in the Wall" faz parte do último grande clássico do Pink Floyd, "The Wall", e é, na realidade, um conjunto de canções distintas, com mesma estrutura melódica, mas temas diferentes (memórias, educação e drogas). O clipe que todo mundo conhece, na realidade, é um compêndio de tudo isso, com imagens do filme "The Wall", dirigido por Alan Parker. O resultado, incrivelmente, possui unidade, e ainda hoje é exibido mundo afora como forma de protesto, em especial, quando o assunto é educação.


"Weapon of Choice"
Fatboy Slim
O conceito bde alguns clipes são tão simples que acabam sendo geniais. Que tal mostrar um alto executivo, que, cansado de sua vida vazia, decide, mesmo por um curto espaço de tempo, "jogar tudo pro alto", e fazer o que bem entender. No caso de "Weapon of Choice", a pessoa, simplesmente, começa a dançar freneticamente, mesmo que um tanto desengonçado. Ajudou muito ter um ator do cacife de Christopher Walken interpretando um personagem assim. E, não à toa, o clipe é dirigido pelo maluco de carteirinha Spike Jonze. Casamento perfeito.


 
"Clint Eastwood"
Gorillaz
Sem dúvida, o Gorillaz marcou época com sua inovação estética (apresentar os integrantes da banda como personagens de desenho animado), aliada à uma música fácil de gostar, mas, cheia de atitude. O primeiro clipe dessa empreitada, "Clint Eastwood", foi um verdadeiro estrondo no início dos anos 2000, mostrando que nem todo fenômeno é desprovido de conteúdo. Afinal, não tinha como não gostar dos "integrantes" da banda, cada um com uma personalidade distinta.


 
"Paranoid Android"
Radiohead
Num mundo ideal, seria exagero dizer que "OK Computer" foi o último grande disco da música pop atual. Porém, na realidade em que vivemos, essa afirmação não é desprovida de veracidade. O que o Radiohead fez nesse disco, ainda hoje, é inquietante: conseguiu transformar os mais variados conceitos em algo acessível. Unidos a isso, estavam os fabulosos clipes que a banda, sejamos francos, sempre fez, em especial, este "Paranoid Android". Cheio de significados, o fato de ter sido feito em animação só facilita o fato dele ser um vídeo tão intenso. Crítico, brutal e irônico.


 
"The Scientist"
Coldplay
O Coldplay pode não ser unanimidade (muito pelo contrário), porém, seus clipes sempre foram muito bem elaborados. "The Scientist" ganha de todos, por ter uma história bastante triste, mas, contada de uma maneira inusitada (pelo menos, pra época): de trás pra frente. Pelo menos, o cantor Chris Martin sentiu certa dificuldade ao rodar o vídeo, já que, fazendo ações no tempo "normal", teve que dublar a canção ao contrário. Mas, o resultado compensou: o clipe é poderoso e muito bonito.


 
"Billie Jean"
Michael Jackson
Quando se fala em Michael Jackson em temos de videoclipes, logo muitos se lembram da epopeia "Thriller", e de tantos outros extremamente bem produzidos e elaborados. Porém, "Billie Jean", mais simples, acaba se destacando, até mesmo por estar na memória afetiva de muita gente. Michael estava no auge e solto, e a histórica cativante do  clipe tem mais a ver com, sua triste vida particular. Um dos poucos momentos em que o pop mostrou ter uma qualidade genuína.


 
"Take on Me"
A-Ha
Talvez este seja o clipe que melhor representa os (loucos) anos 80, uma época de libertação, e até de uma certa ingenuidade. E, tudo muito bem representado no enredo de "Take on Me", que mesmo cheio de clichês, ainda hoje, empolga. Na verdade, foram feitos dois videos foram para a canção. O primeiro, de 1984, é um versão raríssima em que mostra a banda cantando sobre um fundo azul. O segundo (este da lista) foi dirigido por Steve Barron (que também fez "Billie Jean") e filmado no Kim´s Cafe, em Londres, em 1985. O vídeo usou uma combinação inédita de animação feita a lápis com imagens reais – processo conhecido como rotoscopia. Sem contar que o clipe, que tocou exaustivamente nas TV's do período, ajudou o A-Ha a ficar ainda mais conhecido do que já era.


 
"Like a Rolling Stone"
Rolling Stones
É incrível, mas, os Stones estavam fadados ao ostracismo no início dos anos 90, afinal, na d´pecada anterior, não tinham feito nada de verdadeiramente relevante. Eis que numa virada incrível, lançam bons discos como há muito não faziam ("Voodoo Lounge" e "Stripped"), e, de quebra, foi a época em que vieram para o Brasil pela primeira vez. Mas, essa maré de sorte só foi possível também graças à divulgação audiovisual do novo material da banda, e nisso, os clipes tiveram papel fundamental, principalmente, este "Like a Rolling Stone", cover de Bob Dylan, e música que, na década de 60 foi a responsável pelo nome do grupo de Jagger & Richards. O clipe, muito bem sacado, distorcendo as imagens para mostrar o mundo pela visão de alguém viciado em drogas, tinha como protagonista a atriz Patrícia Arquette, de "Boyhood". Um vídeo para reverenciar em qualquer ocasião.


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